Agência France-Presse
postado em 14/05/2014 15:59
Zurique - A Fifa comemorou as "reformas trabalhistas" anunciadas nesta quarta-feira pelo Catar, organizador da Copa do Mundo de 2022, e afirmou que seu presidente, Joseph Blatter, adiará sua visita ao país para ter "mais tempo" de examinar as medidas apresentadas.O Catar prometeu nesta quarta flexibilizar as restrições aplicadas aos trabalhadores estrangeiros e abolir o sistema de ;patrocinadores;, em que o empregado é quase propriedade de seu patrão.
[SAIBAMAIS]Em um comunicado, a federação internacional "saúda as reformas trabalhistas anunciadas" e informa que Blatter e Theo Zwanziger, membro do Comitê Executivo, "decidiram adiar sua visita, programada para meados de maio, logo depois do Mundial de 2014". "Deste modo, haverá mais tempo para estudar em profundidade as medidas apresentadas", indica o texto.
"As reformas anunciadas confirmam o compromisso manifestado pelas autoridades do país de melhorar os benefícios sociais dos trabalhadores estrangeiros e de usar a organização do Mundial da FIFA de 2022 como catalizador de mudança social", acrescentou a FIFA.
O Conselho da Shura do Catar, uma instância consultiva, e a Câmara de Comércio e Indústria ainda precisam examinar a nova lei antes de sua adoção.
O texto prevê que o governo conceda aos trabalhadores estrangeiros os vistos de saída, que são obrigatórios. Atualmente, os vistos são concedidos pelos empresários que empregam os trabalhadores.
Além disso, o governo prometeu abolir o sistema de ;patrocinadores; para trabalhadores estrangeiros ou ;kafala;, onde cada assalariado é quase propriedade de seu patrão, seu ;kafil;.
O Catar vem sendo acusado de tolerar em suas obras para a Copa do Mundo de 2022 condições de trabalho próximas à escravidão.