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Franceses viajam do Canadá ao Brasil em 'lata velha' com cara de bola

Os dois amigos pretendem chegar ao país sede do Mundial em menos de quatro meses

Agência France-Presse
postado em 15/05/2014 15:40
Nesta primeira quinzena de maio, os jovens estão no Panamá e ainda pretendem viajar poela Colômbia, Equador e Peru antes de chegar ao Brasil
Dois jovens franceses atravessam todo o continente americano, de norte a sul, a bordo de um velho Citr;en de 1988 pintado de preto e branco, no formado de uma bola, para viver o sonho de acompanhar uma Copa do Mundo no país do futebol.

Pierre Pitoiset e Eric Carpentier saíram no dia 25 de fevereiro de Montreal, no Canadá, e pretendem chegar ao Brasil até o dia 12 de junho, dia da partida de abertura, entre a seleção de Felipão e a Croácia.

"Queremos mostrar que o futebol é algo positivo e instrutivo, com o qual podemos ajudar crianças carentes. O futebol é uma linguagem, o melhor passaporte para a união dos povos", disse à AFP Pitoiset, de 27 anos.

Durante a viagem, os dois franceses entram em contato com ONGs de todos os países que visitam para tentar ajudá-las nos seus projetos sociais. Eles também aproveitaram para disputar várias peladas com crianças locais.

"Na França, a imagem do futebol não é das melhores, mas a nossa ideia é justamente dizer que podemos fazer coisas legais com o futebol", explicou Carpentier, de 28 anos, que precisou colocar um bandagem no pé que machucou jogando bola.

- O medo é um fantasma -


Depois de atravessar Canadá, Estados Unidos e vários países da América Central, os jovens pretendem viajar por Colômbia, Equador e Peru antes de chegar ao Brasil.

"Este carro velho francês é uma bola de futebol e nesta bola temos várias bolas para jogar com todas as pessoas que encontramos pelo caminho", afirmou Pitoiset, produtor de cinema nascido em Fontainebleau, no sul de Paris, torcedor do Lyon.

"No final do dia, se vemos pessoas jogando, nos juntamos à pelada. Depois, somos hospedados na casa de um dos jogadores ou colocamos nossa barraca no campo de futebol. Todo dia tem uma história diferente", explicou Carpentier, formado em direito internacional, torcedor do Lille, time da cidade onde nasceu.

Pierre e Eric passaram por vários ;perrengues; na estrada. Um dia, a direção do carro quebrou, atrasando em dez dias a viagem.

Os rapazes também lembram com emoção do clássico de El Salvador, entre Luis Ángel Firpo e Alianza, no qual pularam e cantaram no meio da torcida organizada.



Outro dia, dormiram num campo da Polícia de Guatemala depois de jogar bola com funcionários das autoridades locais. "Todo mundo nos Estados Unidos e na Europa nos dizia que a viagem era muito perigosa, mas só encontramos gente muito simpática. O medo é um fantasma", explicou Pitoiset.

"De vez em quando, a polícia nos para, mas é só para ver o carro de perto e tirar fotos", relatou Carpentier, que escapou até de uma multa por não ter usado cinto de segurança quando os fiscais de trânsito souberam que os dois amigos estavam viajando ao Brasil para ver a Copa.

- Um gol do arco-íris -

A parte traseira do veículo é decorada por uma bandeirinha de árbitro auxiliar e a parte da frente mostra uma mapa da viagem.

O carro também exibe mensagens de incentivo escritas por pessoas que os andarilhos encontraram nos países que atravessaram. "Se o mundo tem formato de bola, um arco-íris pode fazer um gol", diz uma dessas mensagens.

Também há dois escudos do Real Madrid e apenas um do Barcelona, já que Carpentier ganhou uma aposta, ;cravando; que os ;Merengues; iriam conquistar a Copa do Rei, pelo placar de 2 a 1, no dia 16 de abril.

Pierre e Eric pretendem viajar pelo Brasil todo para viver o clima da Copa, mas não têm ingressos para as partidas. "Quero que o Brasil seja campeão, assim teremos uma grande festa", disse Carpentier, enquanto o amigo apontou a Argentina como favorita.

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