Agência France-Presse
postado em 15/05/2014 18:38
Os funcionários das redes de fast-food em Miami e Nova York fizeram greve nesta quinta-feira (15/5) reivindicando aumentos salariais e direito à sindicalização, em um protesto também realizado em outras cidades do mundo.Um dos organizadores em Miami, Muhammed Malik, informou que os protestos foram convocados em 130 cidades em mais de 33 países, embora em alguns lugares não tenha havido muita adesão.
Nos Estados Unidos, dezenas de trabalhadores fizeram greve por horas em restaurantes fast-food de Miami, Nova York, Chicago, Los Angeles e Houston, disseram os organizadores.
Em Nova York, onde o movimento começou em novembro de 2012, cerca de 100 participantes reuniram-se em um dia chuvoso diante de uma rede de pizza, depois de manifestações semelhantes em McDonald;s da cidade.
Os trabalhadores vestiram camisas com o slogan "McStrike" (McGreve, em português) e "Juntos por $15." Também exibiam cartazes com a mensagem "Pagamento justo, respeitem nossos direitos."
Os grevistas querem o dobro da remuneração atual, para 15 dólares a hora, e a permissão para integrarem sindicatos.
"Meu sonho americano é um sonho de escravidão", disse Selmira Wilson, nicaraguense de 33 anos que chegou aos Estados Unidos há três anos.
Ela contou que os 7,99 dólares por hora que recebe no McDonald;s não são suficientes para sustentá-la com seus três filhos.
"Meu filho trabalha como caixa no McDonald;s. Ele tem 16 anos. Ganhamos uma ninharia. Eu tenho que trabalhar à noite, limpando escritórios para conseguir sustentar minha casa", desabafou Wilson, que não foi trabalhar no McDonald;s do centro de Miami.
Cerca de 50 pessoas exibindo cartazes com suas demandas marcharam pelas ruas de Miami até chegarem a uma loja da rede Wendy;s, cantando "O que queremos? Um aumento! Quando queremos? Agora"
"Estou cansado de ganhar um salário de fome", afirmou Oscar Rivera, funcionário da loja em greve do Wendy;s.
Ele revelou aos repórteres que os 7,93 dólares recebidos por hora "não são o bastante. Eu tenho que pagar contas, ajudar minha mãe, minha família."
Em outros lugares do mundo, os protestos foram limitados, a poucas pessoas em greve em Genebra e Londres. Em cidades como Paris, funcionários de redes fast-food apenas anunciaram um dia de solidariedade.
Na Itália, os três principais sindicatos convocaram uma greve nos restaurantes fast-food para a próxima sexta-feira, e uma ação maior era esperada em Milão, segundo uma fonte sindical.