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Surto de vírus que causa dor e febre preocupa República Dominicana

Foram registrados 10.000 casos deste vírus no país

Agência France-Presse
postado em 15/05/2014 20:22
Um surto de Chikungunya, que causa febre e dores nas articulações, mantém em alerta a República Dominicana, onde foram registrados 10.000 casos deste vírus - raramente mortal -, transmitido pelo mesmo mosquido causador da dengue.

O surto afeta 20 das 31 províncias do país, mas 98% dos casos se concentram em San Cristóbal, vizinha à capital, onde foi detectado o primeiro caso desta doença de origem africana, que já afetou o sul da Europa.

"Desde que foi detectado o surto de Chikungunya em (a cidade de) Nigua, foram notificados 10.078 casos suspeitos, dos quais 9.909 são da província de San Cristóbal e 169, de outras províncias", notificou o Ministério de Saúde Pública em seu último boletim epidemiológico, que faz os cálculos até abril.



Esta é uma doença que "afeta as articulações dos tornozelos, os joelhos e os cotovelos e em algumas pessoas também afeta as mãos", explicou à AFP a infectologista Jaqueline Medina.

"O chinkungunya chegou à República Dominicana para ficar, eu o disse sobre a cólera e o tempo me deu razão", continuou Medina, catedrática de Saúde Pública e Infectologia do Instituto Tecnológico de Santo Domingo (Intec).

Esta doença foi identificada pela primeira vez na Tanzânia há 60 anos e na África é endêmica. Também se estendeu para a Ásia, para o sul da Europa (com um surto em 2007 na Itália e outro em 2010 no sul da França) e chegou ao Caribe em 2013, com casos em Martinica e Sant Marteen.

"Quando vai cair a incidência? Quando mais de 50% da população tivermos adoecido, porque geramos anticorpos contra a doença e uma segunda entrada do vírus não se desenvolverá ou será mais branda", acrescentou a infectologista.

Assim como a dengue, a Chikungunya não tem cura, exceto a evolução natural da doença, e os tratamentos só servem para atenuar os sintomas: ingestão de muito líquido e remédios para a febre e as dores, embora eles devam se basear em drogas ativas, diferentes da aspirina, devido ao risco de hemorragias internas.

Estudos internacionais mostram que raramente este vírus é mortal e era contabilizada uma taxa de 4 mortes por 1.000 crianças menores de um ano ou adultos maiores de 70.

À medida que o Caribe avança para a temporada de chuvas e se multiplicam os depósitos de água que servem de criadouros para os mosquitos, teme-se que a doença continue se propagando neste país de mais de 10 milhões de habitantes.

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