Agência France-Presse
postado em 16/05/2014 15:57
Benghazi - Pelo menos 24 pessoas morreram, e 146 ficaram feridas em confrontos nesta sexta-feira (16/5) na cidade portuária líbia de Benghazi, travados entre as forças de um ex-general e militantes radicais islâmicos, declararam fontes de hospitais locais. Os números foram obtidos pela AFP com base em boletins de três hospitais da cidade.O Centro Médico e o Hospital Al-Jala de Benghazi receberam 16 mortos e 49 feridos, e o Hospital de Al-Marj, 100 km ao leste de Benghazi, quatro mortos e 70 feridos. Já o Hospital de Al-Abyar, 70 km ao sudoeste da cidade, recebeu quatro mortos e 27 feridos. Militares da Força Aérea se juntaram ao grupo do Khalifa Haftar, um ex-comandante da rebelião que derrubou o regime de Muammar Kadhafi em 2011, e bombardearam um quartel ocupado pela "Brigada 17 de Fevereiro", uma milícia islâmica, de acordo com testemunhas.
A milícia respondeu com disparos de armas antiaéreas. Os dois grupos também se enfrentaram perto de locais ocupados pelas milícias islamitas na região de Sidi Fradj, no sul da cidade, informaram à AFP. O grupo de Haftar, que se autodenomina "Exército nacional", alega "realizar uma grande operação para limpar Benghazi dos grupos terroristas", disse Mohamed al-Hijazi, um porta-voz dessa força, à rede de televisão Libya Awalan.
O chefe do Estado-Maior do Exército líbio, Abdesalem Jadallah, negou que o Exército regular esteja envolvido nos confrontos em Benghazi. Jadallah pediu "que o Exército e os revolucionários se oponham a qualquer grupo que tente dominar Benghazi com a força das armas". Para denunciar os assassinatos e ataques contra o Exército no leste da Líbia, vários militares se uniram à força militar do Khalifa Haftar.
O chefe do governo interino líbio, Abdallah al-Theni, chamou a força de Haftar de "grupo fora da lei", durante uma coletiva de imprensa, na qual pediu calma à população. Segundo ele, o Exército líbio "está no controle". Desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, Benghazi é palco de ataques quase diários e assassinatos tendo como alvos o Exército e a polícia. As autoridades atribuem esses ataques a grupos islâmicos radicais. Em março, o governo interino reconheceu pela primeira vez a existência de "grupos terroristas", principalmente em Benghazi e em Derna, ambas no leste, e declarou "guerra ao terrorismo".