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Colômbia encerra campanha presidencial com denúncias e acusações

Santos realizou comícios no sul de Bogotá, onde prometeu selar o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e acabar com meio século de conflito armado no país

Agência France-Presse
postado em 18/05/2014 21:29
Bogotá - A Colômbia encerrou neste domingo (18/5) a campanha para as eleições presidenciais de 25 de maio com os dois principais candidatos - o presidente Juan Manuel Santos e Óscar Iván Zuluaga - trocando acusações sobre o processo de paz com a guerrilha das Farc.

Santos realizou comícios no sul de Bogotá, onde prometeu selar o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e acabar com meio século de conflito armado no país.

"Os ataques não vão me desviar da busca da paz", disse o presidente sobre as pesadas críticas durante a campanha, enquanto o público exibia cartazes dizendo "Não à guerra".

Zuluaga, que planejou uma maratona de comícios no centro do país, foi surpreendido neste domingo por um vídeo no qual conversaria com um ;hacker; detido por acessar informações secretas do governo.

[SAIBAMAIS]Divulgado pela revista Semana, o vídeo mostra Zuluaga - afilhado político do ex-presidente Álvaro Uribe - sentado ao lado de um homem que aparece de costas, identificado como Andrés Sepúlveda, que lhe fala sobre informação de inteligência militar e "monitoramento de comunicações".

Sepúlveda foi recentemente detido por interceptar comunicações das negociações de paz entre o governo e as Farc em Havana.



Zuluaga reagiu afirmando que o vídeo é uma armação e denunciou a guerra suja deflagrada nas últimas semanas, que incluiu a renúncia de um assessor eleitoral de Santos - acusado de receber dinheiro do narcotráfico - e de um assessor de Zuluaga, ligado a Sepúlveda.

O ex-presidente Uribe também entrou na polêmica ao afirmar que o vídeo é uma "montagem" realizada por gente ligada a Santos.

A campanha ganhou intensidade após as pesquisas divulgadas esta semana que apontam um empate técnico entre Santos e Zuluaga, com índices de 29% e 24%, o que levaria os dois para o segundo turno, no dia 15 de junho.

Os outros três candidatos - Enrique Peñalosa (centro esquerda), Marta Lucía Ramírez (conservadora) e Clara López (esquerda) têm cerca de 10% das intenções de voto cada.

Sem diálogo

Na sexta-feira, Santos anunciou um acordo sobre as drogas, a terceira etapa da agenda de seis pontos das negociações de paz com as Farc, iniciadas em novembro de 2012 em Havana, o que provocou duras críticas de Zuluaga.

"Não estou de acordo com a discussão de nossa política antidrogas com o principal cartel de drogas do mundo. Um Estado legítimo e democrático não discute sua política de combate às drogas", disse Zuluaga durante um comício em Villeta, 60 km de Bogotá.

"Meu primeiro compromisso de governo será recuperar a segurança democrática", prometeu Zuluaga, em referência à política promovida por Uribe que confinou às Farc a zonas rurais afastadas do país e conseguiu reduzir à metade seus integrantes, atualmente estimados em entre 7.000 e 8.000.

Já Santos comemorou o acordo como "um passo definitivo, importantíssimo, uma grande notícia para a Colômbia e para todo o mundo", e pediu um novo mandato para consolidar a paz.

"O que peço a vocês (...) é que no próximo dia 25 de maio me deem uma missão: presidente Santos, persista na busca desta paz, porque o que está em jogo é muito importante".

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