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Partido do primeiro-ministro Nuri al-Maliki vence legislativas no Iraque

De acordo com boletim parcial divulgado pela Comissão Eleitoral iraquiana, a Aliança pelo Estado de Direito obteve 92 das 328 vagas no Parlamento iraquiano

Agência France-Presse
postado em 19/05/2014 20:23
Bagdá - O partido do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, venceu as eleições legislativas de 30 de abril, mas não conseguiu a maioria, indicam os primeiros resultados anunciados nesta segunda-feira.

De acordo com boletim parcial divulgado pela Comissão Eleitoral iraquiana, a Aliança pelo Estado de Direito obteve 92 das 328 vagas no Parlamento iraquiano - muito à frente de outras formações.

Para formar governo, Al-Maliki, de confissão xiita, terá de negociar com os outros partidos que têm representação parlamentar - o que não será fácil. A composição do novo governo pode levar meses, como já aconteceu em 2010.

"Agradeço a todos que votaram em nós e parabenizo-os por essa grande vitória", disse Al-Maliki a seus partidários em um discurso transmitido pela televisão.

Tiros ao alto foram dados em comemoração pela vitória em vários bairro de Bagdá, assim como na Zona Verde, onde ficam o gabinete do primeiro-ministro, as embaixadas americana e britânica e outras representações estrangeiras.



Esses resultados posicionam "Al-Maliki para um terceiro mandato", ainda que "com alguns desafios", afirmou o diretor para Oriente Médio e norte da África da consultoria Eurasia Group, Ayham Kamel.

Nessas primeiras eleições desde a retirada das tropas americanas do Iraque, no final de 2011, a Aliança pelo Estado de Direito liderou em dez das 18 províncias e obteve, ao todo, três parlamentares a mais do que em 2010 (89).

Entre os outro principais grupos, o partido leal ao chefe xiita Moqtada al-Sadr, Ahrar, ficou em segundo, com 34 deputados, e o Bloco de Cidadãos, ligado ao Irã, conseguiu 29 vagas. Já o Partido Democrático do Curdistão, dirigido por Masud Barzani, contará com 25 representantes no Parlamento, quando a Suprema Corte validar os resultados.

A formação de Al-Sadr e a de Barzani, assim como a do ex-premiê Iyad Alawi, que obteve 21 deputados, são contrárias a um novo mandato de Al-Maliki.

Em uma carta enviada aos líderes opositores, à qual a AFP teve acesso, o partido do primeiro-ministro em fim de mandato propõe um programa de 18 pontos, entre eles, os direitos das mulheres, a rejeição das divisões religiosas, a descentralização e a aprovação rápida de três leis-chave sobre partidos políticos, setor energético e sobre a criação de uma Câmara Alta.

Os partidos também deverão escolher o próximo chefe de Estado e do Parlamento. Segundo um acordo tácito, esses cargos caberiam a um curdo e a um sunita, respectivamente. O premiê deve ser xiita.

Os Estados Unidos elogiaram os resultados das urnas, classificando as eleições como "uma prova de coragem do povo iraquiano" e "uma etapa importante no processo democrático".

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