Agência France-Presse
postado em 20/05/2014 13:24
Trípoli - O grupo jihadista líbio Ansar Asharia advertiu nesta terça-feira (20/5) que responderá a qualquer ataque do ex-general Khalifa Haftar, cujas tropas lançaram uma ofensiva contra os grupos islamitas da cidade de Benghazi (leste).[SAIBAMAIS]"A partir de agora o confronto para defender nossa cidade e nossa terra é inevitável", indicou o grupo, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos em um comunicado. Declarou que o ataque do ex-general era uma ação de "guerra contra (...) o islã apoiada pelo Ocidente e por seus aliados árabes". "Vamos responder contra qualquer força que entre em nossa cidade ou a ataque, como fizemos com o comboio de Kadhafi e suas brigadas", acrescentou o grupo. Refere-se às forças que o ditador deposto Muanmar Kadhafi enviou a Benghazi em 2011 para sufocar a rebelião que havia começado uns dias antes.
O Ansar Asharia afirma que apoia o pedido dos habitantes de que haja mais segurança e estabilidade, mas ressalta que "tem que ser no âmbito da sharia (lei islâmica) e não da democracia e do laicismo". O general Khalifa Haftar, cuja força paramilitar se autodenomina Exército Nacional Líbio, lançou na sexta-feira uma ofensiva contra os grupos islamitas de Benghazi que classifica de terroristas. Posteriormente se retirou da cidade, dizendo que a operação, batizada de "Dignidade", prosseguirá.
Desde então, conseguiu se aliar com outros grupos como as Forças Especiais, uma unidade de elite do exército de Benghazi. A Ansar Asharia é apontada como culpada de vários assassinatos e ataques contra os serviços de segurança em Benghazi. Também se suspeita que esteja envolvida em atentados contra alvos ocidentais, como o de 11 de setembro de 2012 contra o consulado americano de Benghazi no qual o embaixador e outras três pessoas morreram.
A Ansar Asharia (que significa partidários da lei islâmica em árabe) foi formada após a queda do regime de Muanmar Kadhafi. Seu braço militar é composto por ex-rebeldes que combateram as tropas de Kadhafi em 2011. Pretende que a sharia seja aplicada e não reconhece as instituições oficiais nem os serviços de segurança, considerados apóstatas.