Agência France-Presse
postado em 21/05/2014 16:51
O Exército sírio se preparava nesta quarta-feira (21/5) para romper o cerco rebelde ao Presídio Central de Aleppo e, com isso, cortar a principal rota de abastecimento dos combatentes que leva à Turquia, informaram uma ONG e a imprensa oficial síria.Em um sinal do avanço das tropas do regime, os rebeldes destruíram o hospital Kindi, localizado em uma colina perto da prisão, para evitar que os militares o usem com base, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e um ativista.
"O Exército, as milícias das Forças de Defesa Nacional, os combatentes árabes e do Hezbollah libanês enfrentam os jihadistas da Frente Al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda) e rebeldes islâmicos na região industrial de Sheikh Najar, a 500 metros do Presídio Central de Aleppo", informou o OSDH.
[SAIBAMAIS]Os militares abriram o caminho para a prisão, de acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, acrescentando que a retirada do cerco "será uma vitória estratégica para o regime, já que cortará a rota de abastecimento entre Aleppo e sua região rural, assim como com a Turquia", um dos principais aliados da rebelião.
"Se o Exército tomar a prisão, poderá recuperar a estrada que liga as zonas liberadas de Aleppo às áreas rurais do norte", afirmou à AFP um militante anti-regime, Mohamad Wissam.
"Os rebeldes explodiram o hospital Kindi, porque é um grande edifício que o Exército poderia usar para vigiar as vias de fornecimento de provisões dos rebeldes", acrescentou.
"O Exército tomou a cidade de Hilane e avança para outras áreas ao redor da prisão de Aleppo", indicou a agência oficial de notícias Sana.
Os insurgentes, incluindo a Frente Al-Nosra, que cercam há vários meses a prisão, dizem ter como objetivo libertar os presos políticos que vivem em condições precárias.
No início de fevereiro, um grupo de rebeldes lançou uma grande ofensiva contra a prisão e assumiu o controle de uma parte desse complexo, antes de ser parcialmente afastado por ataques aéreos.
Enquanto isso, na cidade de Hassaké (nordeste), quatro combatentes curdos e sete membros das forças de defesa nacional foram mortos em combate durante a noite, de acordo com o OSDH.
Na província de Deir Ezzor (leste), quatro militantes islâmicos foram mortos durante a noite em um confronto com o grupo radical Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).