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Boko Haram entra na lista negra da ONU e sofrerá sanções na Nigéria

Segundo o representante especial da ONU para a África Central, Abu Mussa, é preciso secar as fontes de financiamento que dispõe de armamento pesado

Agência France-Presse
postado em 22/05/2014 19:37
Nações Unidas- O Conselho de Segurança da ONU colocou, nesta quinta-feira (22/5), o grupo islâmico armado Boko Haram na lista negra das organizações terroristas submetidas a sanções por sua ligação com a rede Al-Qaeda. A decisão foi adotada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho, disseram diplomatas consultados pela AFP. As sanções incluem congelamento de bens, embargo sobre armas e proibições de viagens.

A Nigéria havia solicitado a adoção da medida à Comissão de Sanções contra a Al-Qaeda, subordinada ao Conselho de Segurança. Em nota divulgada logo após a votação, a embaixadora americana na ONU, Samantha Power, comemorou esse "importante passo", que vai, segundo ela, "ajudar a fechar para o Boko Haram fontes importantes de financiamento e de armamento, assim como possibilidades de deslocamento, e mostrar a unidade da comunidade internacional" na luta contra esse grupo.
A embaixadora nigeriana na ONU, Joy Ogwu, concordou. "É um passo significativo. Trata-se de um crime transnacional, que é preciso tratar de maneira transnacional". Para ela, "o importante é atacar o problema, ou seja, o terrorismo". Na análise de um diplomata que pediu para não ser identificado, a medida teve um caráter principalmente político. "É um sinal forte, que mostra que o Boko Haram não tem nenhum apoio da comunidade internacional", afirmou, acrescentando que as sanções permitirão restringir o fornecimento de recursos ao grupo.

O Boko Haram foi criado há dez anos, mas seus membros, instalados no norte de Nigéria, viajam pouco. Segundo o representante especial da ONU para a África Central, Abu Mussa, é preciso secar as fontes de financiamento do Boko Haram, que dispõe, sobretudo, armamento pesado. A imposição de sanções internacionais ao Boko Haram pela ONU foi recomendada na conferência de sábado, em Paris, que reuniu os presidentes francês, nigeriano, chadiano, camaronês e beninense, assim como representantes dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da União Europeia.

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