Agência France-Presse
postado em 23/05/2014 12:50
Bogota - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, declarou nesta sexta-feira (23/5) que está disposto a gerir ante Washington a participação do chefe rebelde Simón Trinidad, preso nos Estados Unidos, nas negociações de paz com os rebeldes das Farc em Cuba.[SAIBAMAIS]"Se for parte importante para que alcancemos a paz, não tenho nenhum problema em fazer isso", declarou o presidente ao ser perguntado sobre o tema em uma entrevista à rádio Caracol.
"Se os Estados Unidos estiverem de acordo, isso poderá acontecer, mas neste momento não temos nada adiantado", acrescentou Santos a dois dias da realização de eleições, nas quais busca a reeleição. "Possivelmente, iniciaremos algum tipo de gestão para ver se isso é possível", acrescentou, sem fornecer mais detalhes.
Comprometidas em um processo de paz com o governo de Santos desde novembro de 2012, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pediram aos Estados Unidos que indulte Trinidad, condenado a 60 anos de prisão pelo sequestro de três americanos, para que atue como negociador em Havana.
O chefe rebelde, capturado e deportado pela polícia equatoriana, foi extraditado por Bogotá aos Estados Unidos em 2004. As Farc são a guerrilha mais antiga do continente, com 50 anos de atividade e cerca de 8.000 combatentes, segundo as autoridades.
Santos, no poder desde 2010, busca um novo mandato de quatro anos para concretizar um acordo com a guerrilha em meio ao conflito armado.
Seu principal rival nas pesquisas, o opositor de direita Óscar Zuluaga, antecipou que condicionará a continuidade do diálogo a um cessar-fogo unilateral por parte dos rebeldes. As pesquisas preveem um segundo turno entre Santos e Zuluaga, pelo fato de nenhum reunir uma intenção de voto superior a 50%.