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Vladimir Putin afirma que é impossível isolar a Rússia por muito tempo

O presidente russo rejeitou a ideia de que Moscou tenha a intenção de ressuscitar a União Soviética

Agência France-Presse
postado em 24/05/2014 13:02
São Petersburgo - O presidente russo, Vladimir Putin, considerou neste sábado (24/5) que é impossível isolar por muito tempo a Rússia, que assumiu uma posição "justa" na crise ucraniana, e considerou que os ocidentais o entendem. "Acredito que isolar um país como a Rússia é uma medida efêmera. Isso é impossível", declarou Putin durante um encontro com as agências de notícias internacionais no Fórum Econômico de São Petersburgo (noroeste).

Putin participou de um encontro com as agências de notícias internacionais no Fórum Econômico de São Petersburgo

Sanções econômicas sérias "seriam negativas para todos. Elas podem levar as economias europeia, russa e mundial a turbulências tão grandes que, certamente, não interessam a ninguém", acrescentou. "Em um momento relativamente difícil para a economia mundial, quem precisa disso?", afirmou. "Nossa posição é justa, e as pessoas na Europa percebem isso", afirmou. "Se for feita uma pesquisa de opinião na Europa, tenho motivos para acreditar que nossa posição vai ter muitos partidários", prosseguiu.

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O presidente russo rejeitou a ideia de que Moscou tenha a intenção de ressuscitar a União Soviética, denunciando uma fórmula que visa a deslegitimar sua política. "Tentam nos dar este rótulo, de que temos a intenção de restaurar o império, a União Soviética, de que queremos submeter todos a nossa influência. Isso é absolutamente falso", declarou Putin.

Ele também disse que não acredita em uma nova Guerra Fria com os ocidentais. "Não gostaria de pensar que é o início de uma nova Guerra Fria. Ninguém tem interesse nisso, e acredito que não vai acontecer", declarou.

Putin se disse preparado para ter encontros bilaterais com líderes ocidentais durante as cerimônias que serão realizadas no dia 6 de junho para lembrar o desembarque dos aliados na Normandia (oeste da França) na Segunda Guerra Mundial. "Haverá reuniões? De acordo com o que entendi, o presidente francês quer se reunir comigo em separado e discutir questões ligadas às relações bilaterais, à ordem do dia internacional", declarou.

"Estou aberto a discussões. Se a agenda do presidente francês permitir, será um prazer me reunir com ele para conversarmos sobre questões de interesse mútuo", acrescentou. A presença de Putin nas cerimônias em homenagem ao desembarque aliado na Normandia, em 6 de junho, foi confirmada no início deste mês. Paris afirmou que mantinha a intenção de convidá-lo, apesar de um nível de tensão entre russos e ocidentais que não era visto desde a Guerra Fria.

A Casa Branca indicou não está previsto um encontro entre o presidente americano, Barack Obama, e Vladimir Putin. O presidente russo também considerou "inaceitáveis" as declarações atribuídas pela imprensa britânica ao príncipe Charles, que o teria comparado ao ditador nazista Adolf Hitler em uma conversa privada. "Não escutei essa expressão. Se ele disse, então é inaceitável", afirmou Putin. "Acho que ele mesmo entende isso. É um homem educado (...) Não é o comportamento de um monarca", acrescentou.

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