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Guerra deixou mais da metade da população síria na pobreza, aponta ONU

Segundo documento das Organizações Unidas, quase 20% da população não consegue cobrir as necessidades básicas nas regiões em guerra

Agência France-Presse
postado em 29/05/2014 09:50
Meninos palestinos se reúnem para mostrar solidariedade com os refugiados sírios no principal campo de refugiados, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza As palavras árabes escritas no pão significam:

Damasco -
A guerra devastou a economia da Síria e deixou mais da metade da população do país na pobreza, sem sistemas de educação ou saúde, afirma um relatório da ONU.

[SAIBAMAIS]Segundo o documento, que avalia o segundo semestre de 2013, três em cada quatro sírios vivem na pobreza, sendo que mais da metade (54,3%) em extrema pobreza. Quase 20% da população não consegue cobrir as necessidades básicas nas regiões em guerra. Estas pessoas sofrem de fome e desnutrição. O desemprego passou de 10,3% em 2011 para 54,3% no último trimestre de 2013.



Um total de 2,67 milhões de sírios perderam o trabalho desde o início do conflito, em março de 2011, o que afeta 11 milhões de pessoas que dependiam da renda. As províncias mais afetadas pela catástrofe estão na região nordeste do país: Hasaka e Raqa, de maioria curda e sob controle dos extremistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), onde a taxa de desemprego atinge 65%.

As menos afetadas são as que sofreram consideravelmente menos com as batalhas, sobretudo as províncias de Tartus e Latakia, oeste do país. "A Síria está destruída pelo desemprego", afirma Alex Pollock, diretor de microfinanças da Agência para os Refugiados da Palestina e Oriente Médio (UNRWA), que trabalhou com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com o Centro Sírio de Pesquisa Política para elaborar o relatório.

O consumo privado caiu 25,5% no último trimestre de 2013, pois os gastos das famílias se limitam ao essencial, como os alimentos e os aluguéis para pessoas deslocadas. A situação fica ainda mais grave com uma inflação acumulada de 178% desde 2011. O PIB registrou contração de 41% na comparação com 2010, o que representa uma perda calculada em 70,88 bilhões de dólares desde o início da crise.

A estrutura também mudou, já que o comércio interno e os serviços governamentais representam a maior parte do PIB diante da grave situação da agricultura e da indústria.

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