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Vice-presidente argentino convocado a depor em caso de corrupção

A suspeita é de que Amado Boudou tenha utilizado de tráfico de influência em 2010, quando era ministro da Economia

Agência France-Presse
postado em 30/05/2014 10:00
A suspeita é de que  Amado Boudou tenha utilizado de tráfico de influência em 2010,  quando era ministro da Economia
O vice-presidente argentino, Amado Boudou, deve depor à justiça em 15 de julho por suposto tráfico de influência, um fato inédito para um vice-presidente em exercício, anunciou o Poder Judiciário.

O juiz Ariel Lijo investiga o vice-presidente por uma suposta gestão realizada em 2010, quando era ministro da Economia, ante a agência de arrecadação fiscal (Administração Federal de Rendimentos Públicos, AFIP) para evitar a falência da empresa Ciccone Calcográfica, a única emissora de cédulas e documentos oficiais, agora expropriada pelo Estado.

Segundo as acusações, Boudou teria utilizado o cargo de ministro para beneficiar os acionistas que assumiram o controle da Ciccone, evitando a falência, o que é negado pelos advogados de defesa.

Na citação, divulgada pelo Centro de Informação Judicial da Suprema Corte, o juiz Lijo considera procedente a indagação ao suspeitar que "Boudou aproveitou a condição de funcionário público" para favorecer a empresa.



Também suspeita que "Amado Boudou e José María Nuñez Carmona teriam adquirido a empresa quebrada e dona do monopólio Ciccone Calcográfica, enquanto Boudou era ministro da Economia (do ex-presidente Néstor Kirchner), através da sociedade The Old Fund e de Alejandro Vandenbroele, com o objetivo último de contratar com o Estado Nacional a impressão de cédulas e documentação oficial", afirma a nota.

Vandenbroele e Carmona são dois dos acionistas envolvidos, assim como Rafael Brenner, Guillermo Reinwick e Nicolás Ciccone, todos convocados na citação judicial.

"Isto significa que há elementos suficientes para supor que - o vice-presidente - incorreu em uma conduta que pode ser reprovada judicialmente", disse o procurador federal Jorge Di Lello, que atua no caso.

Di Lello afirmou que Boudou "está imputado e não acusado", ao explicar que esta é uma etapa processual prévia a uma acusação penal. De acordo com Di Lello, o vice-presidente "não pode depor por escrito" e terá que comparecer ao tribunal em 15 de julho.

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