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Suspeito de ataque a Museu Judaico de Bruxelas é preso na França

Mehdi Nemmouche já havia sido condenado pela justiça, especialmente em um caso de roubo, segundo a sua advogada Me Soulifa Badawi



Entregue na sexta-feira aos agentes da DGSI, foi colocado sob custódia por assassinato e tentativa de assassinado, além de porte de armas e ligação com grupo terrorista, segundo uma fonte da justiça.

[SAIBAMAIS]Sua prisão preventiva pode durar até 96 horas, até terça-feira, ou 144 horas, até quinta-feira, se os investigadores citarem uma ameaça terrorista iminente.

Durante as primeiras 24 horas ele se calou, e as fontes consultadas pela AFP acreditam que é muito cedo para evocar eventuais cúmplices.

O suspeito, que disse não possuir residência fixa, foi preso na rodoviária Saint-Charles de Marselha, em um ônibus de Amsterdam via Bruxelas.

De acordo com fontes próximas à investigação, ele carregava em sua bagagem um fuzil Kalashnikov e um revólver com munição. "Armas iguais as utilizadas em 24 de maio em Bruxelas", disse uma das fontes.

"Muitos elementos são consistentes com o atirador de Bruxelas", garantiu outra fonte próxima ao caso.

A imprensa belga informou que o assassino do Museu Judaico tinha uma câmera acoplada à alça de uma de suas mochilas.

O suspeito foi, de fato, detido com uma câmera do tipo GoPro.

Entre as roupas do suspeito, havia uma parecida com a utilizada pelo atirador, de acordo com as imagens do circuito interno de segurança divulgadas pela polícia belga.

Sem precedentes na história recente da Bélgica, o massacre do Museu Judaico fez quatro mortos, um casal israelense, uma voluntária francesa e um funcionário belga. A procuradoria federal belga iniciou uma investigação por "assassinato terrorista".

Após o ataque, autoridades elevaram para o nível 4, o máximo, as medidas de segurança em torno dos locais frequentados pela comunidade judaica, que reúne 40 mil pessoas na Bélgica, em uma população de 11,1 milhões de habitantes. O último atentado antissemita no país remonta aos anos 1990.

Antes da prisão de Marselha, o assassino foi apresentado pelos investogadores belgas como "um homem determinado" que agiu "a sangue frio". Descrito pela polícia como "atlético" e de estatura mediana, ele teria cerca de trinta anos, de acordo com uma testemunha, assim como o suspeito preso na França.

O perfil "jihadista" de Mehdi Nemmouche, como descrito por duas fontes familiarizadas com o assunto, pode reavivar a polêmica sobre a vigilância de franceses que viajam para combater na Síria.