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Mulá Omar considera libertação de talibãs como uma 'grande vitória'

Após deixarem Guantánamo, os ex-líderes deverão permanecer por pelo menos um ano no Qatar

Agência France-Presse
postado em 01/06/2014 12:26
Cabul - O líder supremo do Talibã afegão, o mulá Omar, saudou neste domingo (1;/6) a libertação dos cinco ex-líderes do regime talibã detidos em Guantánamo em troca do sargento americano Bowe Bergdahl, referindo-se a uma "grande vitória".

"Transmito os meus sinceros parabéns à nação muçulmana afegã, a todos os combatentes de Deus e às famílias e amigos dos prisioneiros por esta grande vitória", declarou o mulá Omar em um comunicado.

"Agradeço ao governo do Qatar, e particularmente ao xeque Tamim Bin Hamad Al Thani (emir do Qatar), por seus esforços para obter a libertação desses líderes (do Talibã), por meio de mediação e pela acolhida reservada" aos cinco ex-prisioneiros de Guantánamo, acrescentou o chefe do Talibã.

Após deixarem Guantánamo, os ex-líderes deverão permanecer por pelo menos um ano no Qatar.

Imprescindível nesta negociação, o Qatar está comprometido há anos nos esforços de reconciliação entre rebeldes islâmicos e o governo em Cabul.

Os cinco ex-dirigentes do Talibã, considerados ainda influentes dentro da rebelião, foram libertados depois de uma troca com o sargento Bergdahl, capturado pelos rebeldes em 30 de junho de 2009 na província de Paktika (sudeste).


O soldado, que foi levado primeiramente para a base de Bagram, ao norte de Cabul, está em "bom estado de saúde" e já foi transferido para um hospital militar americano em Landstuhl, na Alemanha, segundo as autoridades americanas.

Ainda neste domingo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que espera que a libertação do sargento Bergdahl permita uma "nova abertura" para negociações com o Talibã.

Em entrevista à NBC, Hagel lembrou que os Estados Unidos iniciaram no passado negociações com os talibãs, que terminaram em 2012.

"Eles romperam as negociações, e desde então não temos nenhuma relação formal", disse ele.

"Então, talvez essa seja a oportunidade para uma nova abertura que possa levar a um acordo", acrescentou.

Hagel negou que os Estados Unidos tenham negociado com os terroristas, em resposta às críticas dos republicanos, e defendeu o acordo para salvar a vida de Bergdahl, que permaneceu nas mãos do Talibã durante cinco anos.

"É um cara que provavelmente passou pelo inferno nos últimos cinco anos", disse ele, acrescentando: "vamos nos concentrar para trazê-lo de volta com segurança para sua família".

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