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Novo governo de união palestino presta juramento ao presidente Mahmud Abbas

Dezessete ministros, cinco de Gaza, participam no Executivo, que terá como missão prioritária a convocação de eleições até o fim do ano

Ramallah - O novo governo de unidade nacional palestino, um gabinete apoiado pelo Hamas e composto por personalidades independentes que Israel pretende boicotar, prestou juramento nesta segunda-feira (2/5) ante o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. "Com a formação do governo de união nacional, anunciamos o fim da divisão palestina, que tanto tem prejudicado a causa nacional", declarou Abbas na Muqata, sede da presidência palestina em Ramallah (Cisjordânia), depois de dar posse aos ministros.



O presidente Abbas prometeu que o novo governo rejeitaria a violência, reconheceria Israel e respeitaria os compromissos internacionais para convencer a comunidade internacional de sua vontade de estar em paz com Israel. No domingo ele recebeu uma ligação do secretário de Estado americano, John Kerry, e informou sobre os últimos avanços. Garantiu que o novo governo não tem nenhum ministro do Fatah ou do Hamas, segundo uma fonte palestina.

Mas o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu à comunidade internacional que "não se precipite" em reconhecer um governo palestino apoiado pelo Hamas e criticou a "ambiguidade" da Europa. "O terrorismo islamita volta a levantar a cabeça na Europa. Tivemos a ilustração com o horrível crime cometido no Museu Judeu em Bruxelas", disse.

"Me parece estranho que os países europeus condenem os crimes, mas discutam com ambiguidade, de maneira quase amistosa, de um governo com o Hamas, uma organização terrorista que comete este tipo de crime e faz apologia dele", completou. O gabinete de segurança de Israel se reuniu durante a madrugada, segundo o jornal Jerusalem Post, e confirmou a decisão de congelar qualquer tipo de negociação com a Autoridade Palestina enquanto persistir o acordo com o Hamas.

Como represália, o governo de Netayahu contemplaria também bloquear parte das taxas que recebe a cada mês em nome dos palestinos, o que poderia agravar a situação financeira da Autoridade Palestina. Procurado pela AFP, o gabinete de Benjamin Netanyahu se negou a confirmar ou desmentir as informações.