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50 pessoas mortas em dois dias de bombardeios em Aleppo , na Síria

Al-Haraki é habitada por alauítas, comunidade à qual pertence o presidente Bashar al-Assad

Agência France-Presse
postado em 02/06/2014 14:22
Beirute - Pelo menos 50 pessoas, incluindo nove crianças, morreram em dois dias de bombardeios rebeldes contra áreas controladas pelo regime em Aleppo, no norte da Síria, indicou uma ONG nesta segunda-feira (2/6). Dez pessoas morreram nesta segunda-feira em um atentado com um caminhão-bomba no povoado de Al-Haraki, na província síria de Homs (centro), de acordo com a rede de televisão oficial.

Al-Haraki é habitada por alauítas, comunidade à qual pertence o presidente Bashar al-Assad. Esta escalada da violência ocorre na véspera de uma polêmica eleição presidencial no país, que vai manter o presidente Assad no poder. "Pelo menos 50 pessoas, incluindo nove crianças, foram mortas atingidas por morteiros e foguetes nas áreas controladas pelo regime" em Aleppo, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Esses bombardeios mataram 23 pessoas no sábado e 27 no domingo.

Além dessas 50 vítimas, 230 pessoas morreram em dois meses nos bombardeios rebeldes contra as áreas do regime. Segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "a ofensiva rebelde contra as áreas controladas pelo regime está relacionada à eleição (presidencial) iminente". A oposição denuncia a votação em áreas sob controle do regime como uma "farsa".

Cerca de 2.000 civis, incluindo 500 crianças, morreram em ataques aéreos das forças do governo contra as regiões rebeldes na província de Aleppo desde janeiro, de acordo com o OSDH, uma ONG com sede no Reino Unido que conta com uma vasta rede de ativistas e fontes médicas e militares na Síria.


Na capital da província, de mesmo nome, quatro pessoas morreram nesta segunda em um bombardeio com o uso de barris cheios de explosivos nos bairros rebeldes de Sakhur, Hanano e Chaar, e 13, no domingo à noite, ainda de acordo com o OSDH. Mas "o fato de o regime lançar barris de explosivos contra civis em áreas controladas pelos rebeldes não justifica a ação (dos rebeldes) contra civis em áreas do governo", considerou Abdel Rahman, lembrando que "atingir civis deliberadamente é um crime de guerra".

Na mesma província, os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) sequestraram mais de 150 estudantes curdos na estrada ligando Aleppo a Menbej, de acordo com o OSDH. O EIIL libertou os alunos - menos de dez - e os levou para receberem cursos sobre o Islã durante dez dias, indicou a ONG. Além disso, em Damasco, morteiros caíram nos bairros de Qassaa, Mazzé e perto de um centro das forças de segurança em Bab Musala, informou o OSDH. A guerra na Síria matou mais de 162 mil pessoas em três anos e obrigou quase metade da população a deixar suas casas.

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