Varsóvia - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou nesta terça-feira na Polônia para tentar acalmar os aliados do leste da Europa, preocupados com a atitude da Rússia na Ucrânia, e propôs um plano de um bilhão de dólares para a segurança na região.
O plano, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso americano, também permitiria aos países que não integram a Otan, como Ucrânia, Geórgia e Moldávia, a trabalhar com Washington e seus aliados ocidentais para construir os próprios sistemas de defesa, segundo a Casa Branca.
Obama pediu que seus aliados europeus aumentem os gastos militares, lamentando os cortes nesta área na Europa pela crise econômica, em uma coletiva de imprensa depois de se reunir com seu colega polonês, Borislaw Komorowski.
O presidente americano também solicitou que a Rússia use sua influência ante os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia para que detenham seus ataques às tropas governamentais, e impeçam a chegada de combatentes e armas à região.
E advertiu que uma nova provocação russa na Ucrânia pode levar a novas sanções econômicas. A coletiva de imprensa aconteceu em um momento no qual os confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-Moscou são especialmente intensos. A aviação ucraniana "eliminou" vários insurgentes na região de Lugansk, segundo o presidente interino Olexander Turchynov.
A ofensiva iniciada há quase dois meses por Kiev deixou mais de 200 mortos entre os insurgentes, as tropas ucranianas e a população civil. Nos últimos dias, os confrontos ficaram mais violentos ante a perspectiva de contatos diplomáticos que começaram com a chegada do presidente americano à Polônia.
Obama reiterou pouco depois de desembarcar em Varsóvia seu compromisso com a segurança da região. "Nosso compromisso com a segurança da Polônia, assim como com a de seus aliados no centro e leste da Europa, é um pilar para nossa própria segurança e é sacrossanto", disse Obama depois de passar em revista uma unidade conjunta de pilotos de caças F-16 americanos e poloneses.
Obama foi convidado por Varsóvia para as comemorações do 25; aniversário das primeiras eleições democráticas após a queda do comunismo na Polônia, ex-membro do bloco soviético.
Sua presença é especialmente simbólica, levando em consideração a crise ucraniana, a maior fonte de tensão entre Estados Unidos e Rússia desde a Guerra Fria.
Também estarão presentes em Varsóvia os presidentes francês e alemão, François Hollande e Joachim Gauck, assim como vários dirigentes de países do leste e centro da Europa.
Durante a noite está prevista a chegada do presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko, em sua primeira viagem ao exterior desde que foi eleito em 25 de maio com 54,7% dos votos.