Agência France-Presse
postado em 03/06/2014 17:53
Havana - O governo da Colômbia e as Farc defenderam o processo de paz ao retomarem nesta terça-feira (3/6) os diálogos em Havana, diante da incerteza em relação ao segundo turno do dia 15 de junho disputado pelo o presidente Juan Manuel Santos e o opositor Oscar Iván Zuluaga, que rejeita as negociações. O chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, pediu aos colombianos - em particular aos militares e policiais - que "não se deixem confundir por quem não tem outro interesse que não seja o de atacar este processo com uma imperdoável campanha de desinformação".
O delegado-chefe das Farc, Iván Márquez, declarou que a "Colômbia toda tem que defender o processo de paz", que busca pôr fim a um conflito armado de meio século. Em 18 meses de negociações, ambas as partes chegaram a um consenso sobre três de seis pontos da agenda, mas a continuidade do processo de paz ficou sob dúvida após o primeiro turno eleitoral dia 25 de maio na Colômbia, quando Zuluaga - crítico dos diálogos com as Farc - obteve a primeira maioria, disputando a presidência com Santos nas urnas, dia 15 de junho.
"Peço que não se deixem confundir em meio a tanta mentira, a tanta falácia. Aconselho que os colombianos não acreditem em histórias", ressaltou De la Calle, que afirmou que as Forças Armadas colombianas "têm tratado de desinformar e de desmotivar". Márquez disse que "temos que comprometer nossos maiores esforços para poder atravessar a escuridão da guerra que tem perseguido a Colômbia há mais de 60 anos. Chegou o momento de pôr fim a este confronto".
Este vigésimo sexto ciclo de diálogos durará poucos dias, e não os 11 habituais, para que as partes acertem aspectos de procedimento sobre o próximo ponto a discutir, o de reparação às vítimas. "Como dissemos no passado, as vítimas estão no centro do processo de paz", disse De la Calle, enquanto Márquez afirmou que "temos que dar a elas as máximas satisfações".
Em meio século, o conflito armado colombiano deixou aproximadamente 600 mil mortos e três milhões de deslocados. Os outros temas pendentes da agenda são o abandono das armas e o mecanismo de ratificação de um eventual acordo de paz. Até agora, o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a maior guerrilha do país, chegaram a um consenso sobre os pontos de reforma rural (26 de maio de 2013), participação política (6 de novembro de 2013) e drogas ilícitas (16 de maio de 2014).
Após o primeiro turno eleitoral, Santos propôs acelerar as negociações de paz, enquanto Zuluaga, do partido de direita do ex-presidente Alvaro Uribe (2002-2010) Centro Democrático, apresentou duas condições para continuá-las: um cessar-fogo permanente das FARC e a prisão para seus líderes.
As pesquisas mostram um empate técnico entre Zuluaga e Santos (centro-direita), o que obriga os dois a firmarem alianças para o segundo turno. Ao ser consultado se as FARC negociariam com Zuluaga, Márquez disse: "esperamos que na noite de 15 de junho tenhamos os resultados eleitorais para nos pronunciarmos em torno deste aspecto". Quando foi perguntado se as Farc têm um candidato preferido e se querem que os colombianos votem massivamente (houve 60% de abstenção no primeiro turno), Márquez respondeu: "simplesmente estamos na expectativa".
O delegado-chefe das Farc, Iván Márquez, declarou que a "Colômbia toda tem que defender o processo de paz", que busca pôr fim a um conflito armado de meio século. Em 18 meses de negociações, ambas as partes chegaram a um consenso sobre três de seis pontos da agenda, mas a continuidade do processo de paz ficou sob dúvida após o primeiro turno eleitoral dia 25 de maio na Colômbia, quando Zuluaga - crítico dos diálogos com as Farc - obteve a primeira maioria, disputando a presidência com Santos nas urnas, dia 15 de junho.
"Peço que não se deixem confundir em meio a tanta mentira, a tanta falácia. Aconselho que os colombianos não acreditem em histórias", ressaltou De la Calle, que afirmou que as Forças Armadas colombianas "têm tratado de desinformar e de desmotivar". Márquez disse que "temos que comprometer nossos maiores esforços para poder atravessar a escuridão da guerra que tem perseguido a Colômbia há mais de 60 anos. Chegou o momento de pôr fim a este confronto".
Este vigésimo sexto ciclo de diálogos durará poucos dias, e não os 11 habituais, para que as partes acertem aspectos de procedimento sobre o próximo ponto a discutir, o de reparação às vítimas. "Como dissemos no passado, as vítimas estão no centro do processo de paz", disse De la Calle, enquanto Márquez afirmou que "temos que dar a elas as máximas satisfações".
Em meio século, o conflito armado colombiano deixou aproximadamente 600 mil mortos e três milhões de deslocados. Os outros temas pendentes da agenda são o abandono das armas e o mecanismo de ratificação de um eventual acordo de paz. Até agora, o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a maior guerrilha do país, chegaram a um consenso sobre os pontos de reforma rural (26 de maio de 2013), participação política (6 de novembro de 2013) e drogas ilícitas (16 de maio de 2014).
Após o primeiro turno eleitoral, Santos propôs acelerar as negociações de paz, enquanto Zuluaga, do partido de direita do ex-presidente Alvaro Uribe (2002-2010) Centro Democrático, apresentou duas condições para continuá-las: um cessar-fogo permanente das FARC e a prisão para seus líderes.
As pesquisas mostram um empate técnico entre Zuluaga e Santos (centro-direita), o que obriga os dois a firmarem alianças para o segundo turno. Ao ser consultado se as FARC negociariam com Zuluaga, Márquez disse: "esperamos que na noite de 15 de junho tenhamos os resultados eleitorais para nos pronunciarmos em torno deste aspecto". Quando foi perguntado se as Farc têm um candidato preferido e se querem que os colombianos votem massivamente (houve 60% de abstenção no primeiro turno), Márquez respondeu: "simplesmente estamos na expectativa".