Agência France-Presse
postado em 05/06/2014 10:54
Dharamsala - O primeiro-ministro do governo do Tibete no exílio, Lobsang Sangay, denunciou nesta quinta-feira a "repressão total" da China contra os tibetanos ao lançar uma nova campanha pela autonomia da região."Há uma agressão total e uma discriminação total no Tibete", declarou Sangay em uma entrevista coletiva na sede de seu governo no norte da Índia.
"Toda esta repressão está alimentando o ressentimento dos tibetanos em relação às políticas governamentais chinesas e ao governo chinês. Várias formas de protesto são registradas", completou.
Vários dirigentes tibetanos no exílio, incluindo o Dalai Lama, se reuniram na região norte da Índia para estimular a campanha a favor de uma autonomia ampliada do Tibete dentro da China, após uma parada de quatro anos.
O presidente americano, Barack Obama, e outros líderes ocidentais pediram a Pequim a retomada das conversações com o enviado do Dalai Lama sobre a autonomia, interrompidas em 2010.
O primeiro-ministro no exílio, que substituiu o Dalai Lama como líder político da causa tibetana em 2011, afirmou que é vital contra-atacar a "campanha de desinformação" de Pequim.
"Com nossa campanha por uma ;via intermediária; (Middle Way), tentamos mobilizar a comunidade internacional - os jovens, os diplomatas, os meios de comunicação, pessoas de todos os âmbitos de diferentes nações - para contra-atacar a campanha de desinformação do governo chinês", disse.
Pequim governa o Tibete desde 1951, um ano depois da invasão da região.
O governo chinês já criticou a nova iniciativa de "via intermediária", que incluiria a transferência aos tibetanos da tomada de decisão na região.
Na quarta-feira, o Dalai Lama, que permanece como o líder espiritual dos tibetanos, defendeu a adoção de um sistema democrático e dedicou as orações aos manifestantes mortos na noite de 4 de junho de 1989 na Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim, no aniversário de 25 anos da repressão do movimento de protesto.
"Estes valores são o fundamento de uma sociedade livre e dinâmica. São também fonte de paz verdadeira e de estabilidade", disse.
"Foram feitos progressos para integrar a China na economia mundial, mas também é importante estimular a China a entrar na corrente da democracia mundial", disse o prêmio Nobel da Paz.
"É o que ajudará a China a ganhar a confiança e o respeito do restante do mundo", destacou.