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Depois de 16 anos sem Copa, Colômbia vive febre com chegada do Mundial

Para o diplomata Alessandro Candeas, da Embaixada do Brasil em Bogotá, colombianos e demais estrangeiros conhecerão um país que passou por intensas transformações nos últimos 20 anos

postado em 05/06/2014 14:12
Depois de 16 anos sem participar de uma Copa do Mundo, o ;regresso; da seleção da Colômbia ao campeonato que será realizado este ano no Brasil movimenta o dia a dia no país. Da troca de figurinhas da Copa à reforma de praças para instalação de telões, os colombianos vivem uma espécie de ;Copamania;.

Só em Bogotá foram investidos cerca de US$ 4 milhões na compra de 12 telões de alta definição para transmissão das partidas em espaços públicos.
Segundo a Federação Internacional de Futebol (Fifa), depois dos brasileiros, os torcedores colombianos foram os que mais compraram ingressos entre os latino-americanos para o torneio deste ano.

No ranking de venda de ingressos entre estrangeiros, a Colômbia está em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, da Austrália, da Inglaterra. Mais de 33 mil ingressos foram reservados para colombianos. Os pacotes de viagem para a Copa no Brasil estão esgotados desde abril. Os preços para a primeira fase do Mundial chegaram a US$ 20 mil por pessoa, com tudo incluso, hospedagem, voos internacionais e internos e o ingresso da partida.

;O fato de serem tantas cidades-sede dificultou a logística e encareceu o pacote;, disse à Agência Brasil Ricardo Ossa, vice-diretor de uma agência de turismo em Bogotá. Mesmo assim, todos os pacotes da agência dele ; considerados de alto luxo ; foram vendidos.
Alguns colombianos resolveram explorar opções alternativas, como o estudante de ciência política Lukas Lezama. Ele e quatro amigos irão de avião de Bogotá até a cidade colombiana de Letícia, que faz fronteira com Tabatinga (AM). De lá, viajam em um barco até Manaus. ;Serão três dias de viagem nesta parte;, explica. Depois, eles seguem um roteiro extenso, passando por Cuiabá, Brasília e Rio de Janeiro, de ônibus. A viagem dos estudantes vai custar cerca de US$ 2 mil e eles ficarão hospedados em repúblicas e albergues.

;Somos fanáticos por futebol e queremos ver o Mundial na rua, com o povo brasileiro. E também queremos ver como vão ser os protestos, porque os movimentos sociais são muito importantes pra gente;, disse Lezama à Agência Brasil.

Para o diplomata Alessandro Candeas, da Embaixada do Brasil em Bogotá, colombianos e demais estrangeiros conhecerão um país que passou por intensas transformações nos últimos 20 anos. Sobre os protestos e as manifestações que têm tomado conta de várias cidades brasileiras, ele diz que são movimentos próprios da democracia, de um país que está amadurecendo. ;Os turistas vão encontrar um país que está vencendo, uma mistura de raças, e um lugar de oportunidades;, destacou. Para quem vai ficar na Colômbia, as cidades preparam eventos públicos em parques e praças. Restaurantes e shoppings também vão transmitir as 64 partidas da Copa do Mundo.


A prefeitura de Bogotá prevê um público de 30 mil pessoas por dia acompanhando os jogos em cinco diferentes pontos da cidade. Para as partidas da seleção colombiana, a estimativa é de 50 mil torcedores nos pontos de concentração públicos. Nos intervalos das partidas, serão exibidos filmes brasileiros. Também estão programadas atividades musicais e teatrais.
Em bares, restaurantes e centros comerciais, o movimento deve aumentar em 45%, segundo estimativa divulgada pela Federação Nacional de Comerciantes do país.

O comércio informal também está lucrando com a Copa. Nas ruas, vários quiosques vendem bolas, figurinhas, revistas, perucas, buzinas e camisetas de seleções de futebol. Na região central de Bogotá, Fábio Trujillo vende camisetas falsificadas da seleção colombiana e de outros times como o do Brasil, da Argentina e da Espanha. ;Essa época é o apogeu do comércio de camisetas;, diz o vendedor que tem três funcionários e vende cada camiseta por 10 mil pesos (US$ 5). Ele estima que tenha ganhado, por dia, 800 mil pesos colombianos (cerca de US$ 400) com a venda dessas mercadorias.

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