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OEA conclui assembleia anual em busca de afirmação como foro político

O encontro foi dedicado a obter pronunciamentos objetivos sobre assuntos que pareciam dividir os membros da OEA

Agência France-Presse
postado em 05/06/2014 20:52
A Organização dos Estados Americanos (OEA) concluiu nesta quinta-feira (5/6), no Paraguai, sua reunião anual de dois dias tentando obter consenso sobre os temas sensíveis que dividem a região e em busca de afirmação como foro político.

A desigualdade em uma das regiões mais ricas do mundo foi o único tema de consenso na 44; Assembleia Geral, que trouxe à Assunção 28 chanceleres e embaixadores da OEA.

O encontro foi dedicado a obter pronunciamentos objetivos sobre assuntos que pareciam dividir os membros da OEA, como a crise política que atravessa a Venezuela e a proposta promovida pelo Equador para reformar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Sobre a Venezuela, José Miguel Insulza - secretário-geral da organização - lamentou o estancamento do diálogo no país, mas chamou a comunidade internacional a apoiar o processo "sem pressões ou sanções", palavras que Caracas agradeceu, enquanto Washington reafirmava que não pensa em adotar no momento as medidas restritivas contra venezuelanos promovidas pela Câmara dos Representantes.

O projeto de resolução para reformar a CIDH apresentado pelo Equador e que gerou polêmica nos corredores, aparecia nesta quinta em termos mais suaves, sem sua proposta mais polêmica: a retirada da sede da OEA de Washington.

O argumento do presidente do Equador, Rafael Correa, para mudar a sede da CIDH é que os Estados Unidos não ratificaram a Convenção Americana dos Direitos Humanos e exercem influência como país anfitrião do organismo.

Outro projeto de resolução que evidenciou as divergências regionais foi apresentado pelo Brasil, contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

A proposta, criticada e defendida fervorosamente, recebeu 10 acréscimos de países que, como a Guatemala, condenam a exclusão, mas não consideram discriminatório não reconhecer o matrimônio legal entre pessoas do mesmo sexo.

- Conviver com outros blocos -

Consciente das críticas à OEA, Insulza defendeu o papel do organismo, ao mesmo tempo em que comemorou a existência de outros blocos regionais, apoiando a convivência de todos esses grupos em uma região rica em diferenças.



"A OEA não pretende ser, de nenhuma maneira, a única entidade representativa do continente", assegurou, ao abrir a assembleia-geral.

Para ele esses blocos "cumprem, em meio a um processo crescente de internacionalização, tarefas que a OEA não está destinada a cumprir. Não queremos competir, mas sim cooperar, para o bem de nossos países membros", acrescentou.

Nesse sentido, o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, afirmou à AFP que acredita que a organização "segue cumprindo uma função de fórum político".

"É positivo que tenhamos grupos diferentes, alguns orientados à integração política, outros para fortalecer os laços comerciais, e todos podemos conviver e nos internacionalizar".

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