Agência France-Presse
postado em 07/06/2014 08:07
[SAIBAMAIS]Ramadi - As forças de segurança iraquianas realizaram um ataque neste sábado contra a universidade de Ramadi, horas após os jihadistas se apoderarem dela e sequestrarem estudantes e funcionários, constatou um jornalista da AFP. A ação está a cargo das forças especiais e são ouvidos disparos, acrescentou.Combatentes do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), um grupo jihadista extremista, se apoderaram pela manhã da universidade de Ramadi, localizada 100 km a oeste de Bagdá, havia informado a polícia. Homens armados entraram no edifício e mataram os guardas, acrescentou a mesma fonte.
[SAIBAMAIS]Vários bairros de Ramadi estão desde janeiro sob controle dos insurgentes, entre os quais figuram membros do EIIL. Esta demonstração de força dos jihadistas ocorre um dia depois de combates entre insurgentes e as forças de segurança na província de Nínive e dois dias após um ataque rebelde contra a cidade de Samara, onde conseguiram se apoderar momentaneamente de alguns bairros.
A violência na província de Al-Anbar começou no fim de dezembro, quando as forças de segurança desmantelaram um acampamento de protestos antigovernamentais perto de Ramadi.
Pouco depois, insurgentes e tribos hostis ao governo, dominado pelos xiitas, tomaram o controle de bairros de Ramadi e de toda Fallujah, situados respectivamente a 100 e 60 km de Bagdá, algo que não era visto desde os anos de insurreição que se seguiram à invasão americana de 2003.
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Desde então, o exército recuperou a maior parte de Ramadi, mas o ataque à universidade demonstra a impotência das autoridades para tomar completamente o controle da cidade. A insegurança é um dos principais problemas do Iraque, onde a violência mata todos os dias em média 25 pessoas.
No total, mais de 4.300 pessoas morreram em ataques desde o início do ano, das quais mais de 900 em maio. As autoridades atribuem esta espiral de violência a fatores externos, principalmente à guerra na vizinha Síria. Mas diplomatas e especialistas afirmam que se deve principalmente ao descontentamento da minoria sunita, que se considera marginalizada.