Teerã - O Irã realizará na próxima semana reuniões sem precedentes sobre seu programa nuclear com Estados Unidos e Rússia, com o objetivo de acelerar as negociações nucleares com o grupo 5%2b1 para alcançar um acordo rápido.
O ministério iraniano das Relações Exteriores anunciou um encontro com os Estados Unidos nos dias 9 e 10 de junho em Genebra, seguido de outro com a Rússia nos dias 11 e 12 de junho em Roma.
Washington confirmou o encontro de Genebra e declarou que a delegação americana será liderada pelo subsecretário de Estado William Burns.
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Irã e Estados Unidos, após décadas de hostilidade, iniciaram uma aproximação política após a eleição do moderado Hassan Rohani como presidente iraniano, em junho de 2013.
Apesar desta aproximação, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, criticou novamente no início da semana os Estados Unidos, classificados de "arrogância mundial" e "criador de problemas".
Estes encontros bilaterais são os primeiros realizados por Teerã fora do âmbito de negociações do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).
Preparar Viena
Os encontros com Estados Unidos e Rússia buscam preparar a retomada do diálogo com este grupo de grandes potências em Viena no dia 16 de junho, informou o ministério iraniano, citado pela agência oficial Irna.
Os diplomatas iranianos preparam outras negociações bilaterais com outros membros do grupo 5%2b1, segundo a mesma fonte.
O objetivo das negociações é preparar, antes da data limite de 20 de julho, um acordo global que garanta o caráter pacífico do programa nuclear iraniano e levante as sanções internacionais impostas ao Irã.
Caso contrário, as negociações podem se prolongar por um novo período de seis meses, como prevê o acordo provisório fechado em Genebra em novembro de 2013.
Com base neste acordo, que entrou em vigor em janeiro, o Irã congelou uma parte de suas atividades nucleares em troca de um levantamento parcial das sanções econômicas ocidentais.
O Irã e o grupo 5%2b1 realizaram várias rodadas de discussões políticas e técnicas desde janeiro para colocar fim a dez anos de crise sobre a questão nuclear. A última rodada política de maio em Viena foi encerrada, no entanto, sem resultados.
O Irã convocou na época os países ocidentais a não ceder às pressões de terceiros países, em referência a Israel, que se mostra reticente com um eventual acordo que permita a Teerã manter seu programa de enriquecimento de urânio.
No entanto, Teerã, acusado de querer se dotar de uma bomba nuclear, e os países ocidentais ainda mantêm vários pontos de discórdia: o amplo programa de enriquecimento, o reator de água pesada de Arak capaz de produzir plutônio e o complexo subterrâneo de Fordo.