Agência France-Presse
postado em 10/06/2014 22:07
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta terça-feira (10/6) a necessidade de se garantir as liberdades políticas no Egito e conversou por telefone sobre a questão com o recém-eleito líder egípcio, Abdel Fatah al-Sissi.Durante o telefonema com Al-Sissi, Obama manifestou seu apoio, mas também seu mal-estar diante de algumas políticas adotadas pelo egípcio desde a queda de Mohamed Mursi, em julho de 2013.
"O presidente reiterou o apoio dos Estados Unidos às aspirações políticas, econômicas e sociais do povo egípcio e o respeito a seus direitos universais", de acordo com o comunicado divulgado pela Casa Branca.
Já Al-Sissi "expressou sua satisfação" com o telefonema e agradeceu o apoio dos Estados Unidos a seu novo governo.
Ambos reafirmaram a cooperação estratégica entre seus países. Essa cooperação esteve em xeque após o golpe contra o islâmico Mursi, o primeiro presidente eleito da História do Egito, e depois da dura repressão à Irmandade Muçulmana, principal partido do país. A Irmandade foi tornada ilegal e considerada "terrorista" pelo novo governo.
Al-Sissi saiu vitorioso das urnas nas eleições realizadas em maio passado, mas a consulta foi boicotada pelos integrantes da Irmandade. Com isso, a participação eleitoral foi de 47%.
O telefonema de Obama foi dado no mesmo dia em que o Departamento de Estado americano manifestou sua repulsa ao vídeo que mostrou agressões sexuais sofridas por uma mulher no Cairo. O Departamento pediu ao governo egípcio que ponha fim a esse tipo de ataque.
O vídeo "nos surpreendeu e nos horrorizou tanto como ao povo egípcio", disse à imprensa a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki.
"Pedimos ao governo que cumpra sua promessa de fazer o que for necessário para combater o assédio sexual e implementar a nova lei que pune os estupradores", acrescentou.
O vídeo, aparentemente filmado por um celular no domingo durante a posse de Al-Sissi, mostra um grupo de homens cercando uma jovem, que teve sua roupa arrancada na emblemática Praça Tahrir, no Cairo.
"A prevalência de ataques sexuais contra egípcias é motivo de grande preocupação, não apenas para o povo do Egito como também para os Estados Unidos e para a comunidade internacional", afirmou Psaki.
A porta-voz também pediu às novas autoridades que não permitam que esse tipo de violência de gênero contra mulheres fique impune.