Agência France-Presse
postado em 11/06/2014 09:00
Moscou - A empresa russa Gazprom anunciou nesta quarta-feira o adiamento para 16 de junho do ultimato a Ucrânia para o pagamento da dívida pelo fornecimento do gás, ao mesmo tempo que prosseguem em Bruxelas as negociações sobre a questão."A parte russa deu um passo a favor da continuidade das negociações, que nos últimos dias foram intensas, e decidiu adiar a mudança para o sistema de pagamento antecipado para segunda-feira às 10 horas", disse o presidente da Gazprom, Alexei Miller, após um encontro com o comissário europeu da Energia, Gunther Oettinger.
[SAIBAMAIS]Segundo um comunicado do Kremlin publicado, o presidente russo Vladimir Putin, que conversou por telefone com a chefe de Governo alemã Angela Merkel sobre a questão, pediu à delegação russa que prossiga negociando com "posições construtivas" para alcançar "um acordo mutuamente aceitável" para Rússia e Ucrânia.
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Rússia, Ucrânia e União Europeia (UE) retomaram nesta quarta-feira as negociações em Bruxelas para tentar assegurar o fornecimento de gás russo a Kiev e saldar a dívida energética ucraniana.
A reunião conta com as presenças do comissário Oettinger e dos ministros da Energia da Rússia e da Ucrânia, Alexander Novak e Yuri Prodan, respectivamente, além de representantes da empresa russa Gazprom e da ucraniana Naftogaz.
De acordo com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, afirmou que Moscou ofereceu a Kiev um desconto de 100 dólares por cada 1.000 metros cúbicos de gás, pero o governo ucraniano rejeitou e busca uma alteração oficial da tarifa.
"Já conhecemos os jogos dos russos: apresenta um desconto por decisão do governo russo, que depois é rescindido por outra decisão do governo russo. Nossa posição continua sendo a mesma: queremos uma modificação do contrato", disse Yatseniuk.
Em abril, depois que os ativistas pró-Ocidente tomaram o poder em Kiev, Moscou elevou o preço dos 1.000 m3 de gás que vende a Ucrânia de 268,5 a 485,5 dólares, o maior valor na Europa.
Yatseniuk afirmou que o conselho de ministros deseja que o país assine um acordo para evitar que o caso seja levado aos tribunais.