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Tropas ucranianas retomam controle de porto estratégico de Mariupol

O presidente ucraniano pediu ao governador da região de Donetsk, Serguii Taruta, que instale provisoriamente em Mariupol a sede da administração regional

Agência France-Presse
postado em 13/06/2014 11:32
As tropas ucranianas retomaram nesta sexta-feira (13/6) o controle do estratégico porto de Mariupol, no leste do país, sua maior vitória militar contra os rebeldes pró-russos desde que Petro Poroshenko assumiu a presidência.

Por sua vez, a Rússia anunciou nesta sexta-feira que não entrará em negociações com a Ucrânia ou a União Europeia (UE) antes de segunda-feira, data-limite na qual ameaça cortar o fornecimento de gás a Kiev caso as contas pendentes não sejam pagas.

Na quinta-feira, o presidente russo Vladimir Putin e Poroshenko conversaram por telefone e discutiram um plano para acabar com a crise no leste pró-russo da Ucrânia.

Já nesta sexta, após os combates que deixaram quatro feridos, o chefe de Estado ucraniado declarou que "graças ao heroísmo dos militares ucranianos, a situação foi estabilizada em Mariupol", cidade do sudeste da Ucrânia que possui 500 mil habitantes.

O presidente ucraniano pediu ao governador da região de Donetsk, Serguii Taruta, que instale provisoriamente em Mariupol a sede da administração regional. Atualmente a sede do poder regional em Donetsk está ocupada pelos separatistas pró-Rússia.

[SAIBAMAIS]Para tentar freiar o separatismo, Taruta, um oligarca, foi nomeado em março governador de Donetsk com o aval do homem mais rico do país, Rinat Akhmetov, que foi o principal apoio financeiro do partido do deposto presidente pró-russo Viktor Yanukovitch.

Paralelamente, o ministério da Defesa de Kiev anunciou "combates violentos" na quinta-feira na fronteira com a Rússia, perto das localidades de Snijne e Stepanivka, na região de Donetsk, onde o exército destruiu um comboio que transportava armas de fabricação russa.

Segundo o ministério, os rebeldes perderam dezenas de homens nos combates. Neste contexto, o governador bilionário de Dnipropetrovsk, no leste da Ucrânia, Igor Kolomoiski, propôs a construção de um muro com arame farpado eletrificado de 2.000 quilômetros ao longo fronteira com a Rússia.

Por fim, a Otan indicou nesta sexta que está preocupada com relatórios que indicam que grupos rebeldes pró-russos compraram armas pesadas na Rússia, incluindo tanques, que já teriam cruzado a fronteira, confirmando assim uma escalada na crise.

"Vimos informes que indicam que tanques russos e veículos de artilharia teriam cruzado a fronteira no leste da Ucrânia", afirmou o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen.

"A Otan continua pedindo à Rússia que complete a retirada de suas forças militares da fronteira com a Ucrânia, que cesse o envio de armas e combatentes e que exerça sua influência entre os separatistas armados para que deponham as armas e renunciem à violência", acrescentou Rasmussen em um comunicado.

Rússia descarta nova reunião sobre o gás

A Rússia e a Ucrânia travam ainda um duro confronto em torno da chamada "guerra do gás", que poderá ter repercussões no restante da Europa.

Nesta quinta, Moscou rejeitou a realização de novas negociações antes de segunda-feira. "No momento não temos prevista nenhuma reunião", disse à AFP a porta-voz do ministério russo da Energia, Olga Golant. Ela acrescentou que os funcionários do governo russo também não preveem conversas telefônicas sobre o tema.

O comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, havia anunciado pouco antes que esperava a retomada das negociações entre Ucrânia e Rússia no fim de semana para evitar o corte de fornecimento, que teria consequências em vários países da UE.

"Espero que as discussões entre os ministros ucraniano e russo, assim como entre os presidentes das empresas de gás e suas delegações possam ser retomados no sábado", disse o comissário.



Na quinta-feira, a empresa russa Gazprom anunciou que Kiev tem até 6H00 GMT (3H00 de Brasília) de segunda-feira para pagar 1,95 bilhão de dólares em contas pendentes. Em caso contrário, o fornecimento de gás será cortado.

Na quarta-feira, uma reunião em Bruxelas não obteve resultados. A Ucrânia rejeitou a proposta russa de um desconto de 100 dólares, que deixava o preço mil metros cúbicos de gás em US$ 385 dólares, por considerar a oferta uma armadilha de Moscou.

O fracasso das negociações mantém a UE em suspense pelo risco de que o fornecimento de gás russo para o bloco, do qual 15% transita pela Ucrânia, seja afetado caso Moscou feche a torneira para Kiev.

A Rússia elevou o preço do gás a 485 dólares os 1.000 m3 em abril, depois que os ativistas pró-Ocidente forçaram a saída do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovytch e tomaram o poder em Kiev.

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