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Militar feito de prisioneiro e trocado por talibãs volta para os EUA

O sargento de 28 anos foi hospitalizado na base de Bagram, ao norte de Cabul, logo após a troca com cinco talibãs

Agência France-Presse
postado em 13/06/2014 11:59
O militar americano Bowe Bergdahl, prisioneiro dos talibãs no Afeganistão durante cinco anos e que foi liberado em troca de cinco islamitas detidos em Guantánamo, chegou nesta sexta-feira aos Estados Unidos, informou o Pentágono.

Bergdahl desembarcou em San Antonio, Texas, em um voo procedente da Alemanha. Ele prosseguirá o tratamento no centro médico militar de Brooke, segundo o Departamento de Defesa.

Após sua troca em 31 de maio por cinco talibãs detidos na base militar de Guantánamo, o sargento de 28 anos foi hospitalizado na base de Bagram, ao norte de Cabul, antes de ser transportado para o Hospital Americano de Landstuhl (Alemanha), por onde passam a maioria dos militares feridos no Afeganistão.

Em um breve comunicado, o Pentágono indica que o soldado "prosseguirá para a próxima fase do processo de reintegração". "Não há prazos para o processo. Nosso objetivo é a saúde e o bem-estar", afirma a nota.

O secretário de Defesa, Chuck Hagel, "confia que o exército garantirá ao sargento Bergdahl os cuidados, o tempo e o espaço necessários que requer para completar sua recuperação e bem-estar", completa o comunicado.

Reencontro com a família


Espera-se que Bergdahl se reúna com sua família no Texas. Dependendo do que os psicólogos recomendarem, seu primeiro encontro pode durar apenas alguns minutos, declarou a porta-voz do Exército, Arwen Consaul, citada pela CNN.

A troca de Bergdahl por militantes talibãs provocou uma tempestade política em Washington, onde o presidente Barack Obama foi acusado de não ter informado ao Congresso, como determina a lei, e de ter estabelecido um precedente ao negociar com sequestradores.

Além disso, o desaparecimento de Bergdahl de sua base na região leste do Afeganistão em 2009 alimentou especulações de que o soldado teria desertado de seu posto antes de ser capturado, e que por este motivo poderia ser objeto de processo pelas autoridades militares.

Nesta semana, correspondências divulgadas de Bergdahl sugeriam que o soldado estava em um estado de perturbação mental antes e durante sua missão, e que não tinha confiança em seus superiores.



"A liderança era escassa, quando não inexistente", escreveu em uma das duas cartas enviadas à família durante o tempo em que esteve preso e que foi obtida pelo site The Daily Beast.

Também disse à família que a situação desde sua chegada ao Afeganistão era "ruim para as tropas" e que as ordens dos oficiais "mostravam uma grande confusão (no que dizia respeito) à segurança das tropas em campo". Além disso, havia "condições inaceitáveis para os homens que trabalham e arriscam a vida a cada momento fora da cerca".

Bergdahl também parece buscar que seu desaparecimento seja compreendido, embora não diga explicitamente que desertou. Também não fica claro em que medida seus sequestradores, da rede Haqqani (extremistas aliados com os talibãs) estavam ditando o que deveria escrever a sua família. Nas cartas há diversos erros ortográficos e de sintaxe.

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