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Insurgentes jihadistas fecham o cerco e avançam rumo à Bagdá

Aiatolá xiita convoca moradores a se armarem. Obama descarta envio de tropas e estuda ataque aéreo. Teerã avalia aliança antiterror

postado em 14/06/2014 07:00

Caminhões do Exército iraquiano transportam dezenas de voluntários que se alistaram para combater os jihadistas, em Bagdá: rumo ao norte do país

O grupo extremista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) avançou em três frentes em direção à capital iraquiana, Bagdá. Os radicais dominaram a cidade de Saadiyah e travaram combates em regiões próximas a Samarra, Jalawla e Baquba. Diante da ofensiva relâmpago e da incapacidade das forças nacionais em conterem o avanço do EIIL, o aiatolá Ali Al-Sistani ; a autoridade máxima do xiismo no país ; convocou a população xiita a pegar em armas para se defender. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rejeitou ontem a possibilidade de enviar tropas para ajudar o governo do primeiro-ministro Nuri Al-Maliki, mas prometeu trabalhar ao lado do líder para conter o crescimento dos jihadistas, que representam uma ameaça dentro e fora do Iraque.

;Não vamos conseguir fazer isso (garantir a segurança) por eles. Várias ações militares dos Estados Unidos, de qualquer nação estrangeira, não resolverão esses problemas em longo prazo nem proporcionarão a estabilidade de que precisamos;, declarou Obama. Fontes do governo norte-americano confirmaram a avaliação sobre possíveis ataques aéreos contra os insurgentes. Aviões não tripulados (drones) podem ser usados para desestabilizar o grupo radical no Iraque e na Síria, onde atuam além da fronteira. O presidente dos EUA informou que especialistas estudam ;uma variedade de opções; e que uma reação será ;cuidadosamente pensada;. ;As pessoas não devem esperar que seja uma coisa que vai acontecer da noite para o dia;, alertou.



Obama aproveitou o pronunciamento para pressionar o governo de Al-Maliki, ao lembrar que os EUA fizeram altos investimentos no país para que os iraquianos pudessem manter a estabilidade. ;Infelizmente, os líderes iraquianos não foram capazes de superar, muitas vezes, as desconfianças e diferenças sectárias que há muito tempo estavam latentes;, afirmou, deixando claro que a responsabilidade pela solução do problema é do governo local.

O premiê iraquiano anunciou um plano para defender a capital. Ele viajou até Samarra, cidade ameaçada pelos insurgentes, a 110km de Bagdá, para participar de uma reunião de segurança. Por meio de um comunicado, Al-Maliki disse que as forças locais ;começaram seu trabalho de limpar nossas queridas cidades desses terroristas;. Fortemente armados, os jihadistas não tiveram dificuldades para tomar o controle de localidades no norte. Amedrontados, muitos militares fugiram, deixando o caminho aberto para os sunitas radicais.

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