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Ataque de islamitas somalis no Quênia deixa mais de 40 pessoas mortas

O número de mortos pode aumentar, pois as autoridades ainda procuram por cadáveres após o ataque, iniciado na noite de domingo

Mpeketoni - Islamitas somalis shebab assumiram a autoria do ataque que matou 49 pessoas no domingo (15/6) à noite, em uma nova ação contra uma localidade costeira perto do arquipélago turístico de Lamu (leste do Quênia), abrindo fogo contra hotéis, restaurantes e prédios públicos. O ataque é o mais violento desde da ação de um comando shebab contra o shopping Westgate de Nairóbi, em setembro de 2013, que terminou com 67 mortos.



Os tiros foram ouvidos durante toda a noite e o exército mobilizou dispositivos aéreos para localizar os criminosos, segundo o Centro Nacional de Gestão de Catástrofes (NDOC). "O balanço é de 49 mortos", declarou à AFP Mboroki. Mas o policial afirmou que o balanço pode aumentar, já que as autoridades ainda procuram corpos. "Eram quase 50 criminosos, fortemente armados, que estavam em três automóveis. Exibiam a bandeira dos shebab e falavam em somali. Gritavam ;Allahu Akba; (Deus é grande)", declarou o chefe adjunto da polícia do departamento, Benson Maisori

"Desde o início do ataque contra a delegacia de polícia, as autoridades locais pediram a todos os estabelecimentos que exibiam as partidas que fechassem as portas e aos clientes que retornassem para suas casas", contou à AFP o jornalista queniano Ferdinand Omondi. "A segurança foi reforçada em todo o país", afirmou o ministro do Interior Ole Lenku. "Ultrapassaram todos os limites", afirmou, chamando o ataque de "ato hediondo".

Ao que parece, a maioria dos homens conseguiram escapar e continuaram espalhando o terror na região, especialmente na localidade de Kibanoi, a seis quilômetros de Mpeketoni. A tensão não para de aumentar desde março, quando os atentados ganharam intensidade, especialmente na costa do Oceano Índico, com ameaças a zonas turísticas. O ataque em Mpeketoni eleva a 77 o número de mortos desde o início de 2014 no Quênia em ações atribuídas aos shebab ou a seus simpatizantes.

Os shebab ameaçaram com represálias depois que o Quênia enviou seu exército para combater os extremistas na Somália, em outubro de 2011. O exército queniano se uniu à força da União Africana que combate os islamitas. O primeiro-ministro somali, Abdiweli Sheikh Ahmed, condenou por sua vez "os atos de terrorismo covardes contra civis inocentes".