Rodrigo Craveiro
postado em 17/06/2014 07:00
Parte dos 100 mil habitantes de Mpeketoni, no sudeste do Quênia, mantinham as atenções voltadas para o jogo da Copa do Mundo entre a Suíça e o Equador, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Às 20h de domingo (14h em Brasília), quando o segundo tempo da partida começava, o agricultor queniano Michael Kamau escutou os primeiros tiros. Entre 20 e 50 extremistas, armados com lança-granadas e com metralhadoras, chegaram à cidade costeira e promoveram um massacre. ;Eles mataram somente homens. Os disparos e as explosões duraram três horas;, afirmou ao Correio, por telefone. ;Perdi cinco amigos. A polícia demorou demais para responder.; Até o fechamento desta edição, as autoridades tinham contabilizado pelo menos 52 mortos no pior atentado desde a invasão ao Westgate Mall, em Nairóbi ; entre 21 e 24 de setembro de 2013, terroristas executaram 63 pessoas.
O grupo islâmico Al-Shabaab, baseado na Somália, reivindicou a autoria da barbárie em Mpeketoni. ;Em nome de Alá, o mais misericordioso, o mais beneficente. Comandos realizaram uma operação bem-sucedida em Mpeketoni, no distrito de Lamu. Em um ataque ousado, os mujahedine desceram sobre a cidade, protegidos pela escuridão e, após curta batalha, asseguraram totalmente a cidade e seu perímetro;, afirma um comunicado divulgado pela facção. O texto afirma que a ;Operação Mpeketoni; foi uma resposta à ;opressão brutal do governo do Quênia sobre os muçulmanos;, à ;ocupação pelo Exército queniano de terras muçulmanas; e à invasão de cristãos na cidade.
O jornal Daily Mirror informou que as vítimas do ataque de domingo estavam reunidas em um mesmo local para assistir à partida ocorrida em Brasília. No entanto, o queniano Robert Nagila, jornalista da emissora local CCTV que chegou a Mpeketoni na tarde de ontem, afirmou que os espectadores fugiram do Centro de Esportes ; onde o jogo era televisionado ; com a aproximação dos terroristas. Os islamitas atearam fogo ao prédio. ;A ação foi bem planejada e executada. As suspeitas são de que os atacantes vigiaram a cidade por semanas ou meses e tinham alvos específicos. Eles destruíram a torre de telefonia para cortar as comunicações e alvejaram a delegacia de polícia, em primeiro lugar. Depois, foram aos escritórios do governo e queimaram tudo, inclusive carros;, contou Nagila à reportagem, por meio das redes sociais. Dois hotéis e um banco também foram incendiados.
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