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Unesco alerta para os 'crimes de guerra' contra patrimônio iraquiano

Os jihadistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante, organização muito ativa na vizinha Síria, assumiu o controle da segunda maior cidade do Iraque, Mossul

Agência France-Presse
postado em 17/06/2014 12:51
Paris - A atual onda de violência no Iraque ameaça o patrimônio cultural deste país, cuja destruição é um "crime de guerra", declarou nesta terça-feira (17/6) a diretora da Unesco, Irina Bokova. "Peço a todos que evitem qualquer forma de destruição do patrimônio cultural, em particular os locais religiosos", indicou Bokova em um comunicado, referindo-se à ofensiva lançada na semana passada pelos jihadistas sunitas no Iraque.

"Sua destruição intencional é um crime de guerra e um duro golpe contra a identidade e a história do povo iraquiano", acrescentou o diretor, que disse que "os autores devem ater-se a suas ações." A chefe da Unesco, com sede em Paris, "exorta todos os iraquianos a proteger o patrimônio cultural de seu país", destacando seu papel como "testemunho único da humanidade, origem da nossa civilização e da convivência interétnica e interreligiosa".



Os jihadistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), organização muito ativa na vizinha Síria, assumiu o controle da segunda maior cidade do Iraque, Mossul, e de grande parte do norte e do leste do país de maioria xiita. O Iraque possui vários locais sagrados xiitas em Najaf e Kerbala, ao sul de Bagdá, e Samarra, ao norte da capital.

Esta crise, que ameaça os locais religiosos, aumentou as tensões entre as três principais comunidades do país: árabes xiitas, árabes sunitas e curdos. O apelo de Bokova ocorre dois dias após o início em Doha da reunião anual do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco.

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