Agência France-Presse
postado em 17/06/2014 13:16
Washington - O Exército dos Estados Unidos capturou um importante suspeito ligado ao ataque de 2012 contra o consulado americano em Benghazi em uma operação secreta na Líbia durante o fim de semana passado, informou o Pentágono nesta terça-feira.
"Posso confirmar que no domingo, dia 15 de junho, o Exército americano - em cooperação com as forças de ordem - capturou Ahmed Abu Khatallah, uma figura-chave nos ataques contra instalações dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em setembro de 2012", declarou o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.
Não houve mortes de civis no ataque de domingo, e o suspeito está sob custódia dos Estados Unidos em um local seguro na Líbia, acrescentou Kirby.
Depois de ataques semelhantes, Washington costuma deixar os suspeitos a bordo de navios miliares antes de enviá-los para os Estados Unidos, onde enfrentam acusações judiciais.
"Esta prisão é um fato importante, mas não marca o fim do trabalho" sobre o ataque ao consulado na Líbia, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, durante uma coletiva de imprensa.
O ataque ao consulado americano em Benghazi, em 11 de setembro de 2012, deixou quatro americanos mortos, entre eles o embaixador Christopher Stevens.
Benghazi, onde em 2011 eclodiu a revolta que derrubou o regime de Muamar Kadhafi, também foi cenário de outros ataques contra alvos ocidentais.
Ahmed Abu Jatala, considerado um dos supostos líderes de um grupo rebelde suspeito de ter cometido o ataque contra o consulado, foi indiciado à revelia pelo Departamento de Justiça americano em agosto de 2013, informou a imprensa americana na ocasião.
Esse ataque provocou uma tempestade política nos Estados Unidos, com a oposição republicana criticando o governo democrata de Barack Obama, que na época estava em plena campanha pela reeleição.
O Departamento de Estado teve que reconhecer falhas na segurança.
Os republicanos continuam alegando que a falta de preparação do Departamento de Estado contribuiu diretamente para a tragédia.
Uma comissão da Câmara de Representantes planeja voltar a convocar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que denuncia isso como uma manobra política para atrapalhar sua eventual candidatura presidencial.
De acordo com uma investigação do jornal The New York Times publicada em dezembro, a Al-Qaeda não estava envolvida nesse ataque, que teria sido efetuado por grupos locais.
Em uma entrevista concedida ao jornal em 2012, Abu Jatala admitiu que estava na representação diplomática no momento do ataque, mas negou ter sido responsável pela ação.