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Ataque do exército sírio deixa 12 mortos em campo de deslocados

Sete pessoas ficaram feridas no ataque ao campo do vilarejo de Shajara, segundo a ONG

Agência France-Presse
postado em 18/06/2014 09:14
Damasco - Um ataque de um helicóptero do exército sírio matou 12 pessoas, incluindo oito crianças, nesta quarta-feira em um campo de deslocados na Síria, país mergulhado há três anos na guerra, em que armas químicas têm sido utilizadas sistematicamente, segundo a OPAQ.

O ataque ao campo do vilarejo de Shajara, próximo da fronteira com a Jordânia, também fez sete feridos, segundo o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

As vítimas eram civis que fugiram da violência na província de Daraa (sul). O ataque coincide com uma escalada de violência nesta província, onde os rebeldes avançaram nos últimos meses.

Desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011, que depois virou uma guerra civil, mais da metade da população síria foi obrigada a abandonar suas casas.

Mais de três milhões de pessoas estão refugiadas no exterior e quase seis milhões de deslocados dentro da Síria, vivendo em campos próximos das fronteiras em péssimas condições.

Em um relatório ao qual a AFP teve acesso nesta quarta-feira, a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) indica que armas químicas como o cloro foram utilizadas de "maneira sistemática" no conflito na Síria.

O documento não foi divulgado de maneira pública, mas o representante dos Estados Unidos na OPAQ, que tem sede em Haia, citou vários trechos durante uma reunião. A AFP obteve uma cópia de seu depoimento.

As provas obtidas pela equipe de inspetores da OPAQ concluem que "agentes químicos tóxicos, provavelmente agentes irritantes para as vias respiratórias, como o cloro, foram utilizados de maneira sistemática em um determinado número de ataques".

O relatório considera que as acusações "não podem ser descartadas como alheias, aleatórias ou de uma natureza atribuível apenas a motivos políticos".

A OPAQ indicou em um comunicado que as provas obtidas reafirmam a tese do uso de "agentes químicos tóxicos, provavelmente agentes irritantes para as vias respiratórias, como o cloro" na Síria.

Quase 8% do arsenal químico sírio permanece no país, segundo a OPAQ, que reiterou que Damasco ultrapassaria a data limite de 30 de junho sem destruir a totalidade de seus agentes químicos.

A investigação sobre o uso de cloro foi anunciada no fim de abril, depois da denúncia de França e Estados Unidos sobre o uso da substância pelo regime sírio em ataques contra redutos rebeldes.

A Síria assinou a convenção sobre Armas Químicas em outubro de 2013, como parte de um acordo entre Washington e Moscou para destruir seu arsenal químico. O regime era acusado de ter usado gás sarin em um ataque perto de Damasco.

2.074 prisioneiros libertados

No leste da Síria, perto da fronteira com o Iraque, os rebeldes continuam a combater os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), que controla parte do território no norte e no leste, informou o OSDH.



Os rebeldes, moderados e islamitas, lutam contra seus antigos aliados do EIIL, que lançou outra ofensiva no Iraque, por seu comportamento brutal e vontade de hegemonia durante a guerra.

Apesar do anúncio há uma semana de uma anistia geral para dezenas de milhares de detidos nas prisões do regime, apenas 2.074 prisioneiros deixaram o cárcere, segundo a agência oficial Sana. O OSDH fala de 100.000 pessoas detidas pelo governo sírio.

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