Agência France-Presse
postado em 18/06/2014 11:02
Gaza - O movimento islamita Hamas condenou as declarações do presidente palestino Mahmud Abbas, que defendeu uma coordenação com Israel na área de segurança, após o sequestro de três estudantes israelenses na Cisjordânia."As declarações de Abbas sobre a coordenação em termos de segurança (com Israel) carecem de justificativa e prejudicam os interesses nacionais", afirma o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, em um comunicado.
As declarações "prejudicam os interesses nacionais, são contrárias ao acordo do Cairo e ao consenso nacional", completa a nota.
"Além disso, ferem os milhares de prisioneiros palestinos que sofrem uma morte lenta nas prisões do ocupante israelense", completou Abu Zuhri.
A respeito do sequestro de três jovens israelenses na quinta-feira passada, o porta-voz do Hamas criticou Abbas por ter se baseado "apenas nas afirmações israelenses sem apresentar a menor informação verdadeira".
Mahmud Abbas acusou nesta quarta-feira os responsáveis pelo sequestro de três israelenses, atribuído por Israel ao movimento islamita Hamas, de querer "destruir os palestinos".
"Os que sequestraram os três jovens israelenses querem nos destruir e pediremos que prestem contas", declarou Abbas em Jidá, Arábia Saudita, no início de uma reunião da Organização de Cooperação Islâmica (OCI).
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas, que controla Gaza, pelo sequestro em 12 de junho de três estudantes israelenses perto de um assentamento de colônias da Cisjordânia e repetiu que responsabiliza Abbas "por qualquer ataque procedente de um território sob controle palestino".
A Autoridade Palestina de Abbas administra os setores autônomos da Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel onde vivem 375.000 colonos em assentamentos israelenses.
Israel segue com a operação de busca dos três israelenses e com a investigação contra os militantes do Hamas. Já foram detidos 240 palestinos, 65 deles na terça-feira à noite.