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Conflitos no Leste da Ucrânia fazem pelo menos 350 mortos em abril e junho

O número inclui 257 mortos contabilizados pelo Ministério da Saúde e 49 mortos no abate de um avião militar no último sábado (14/6)

postado em 18/06/2014 12:15
Pelo menos 350 pessoas morreram em conflitos no Leste da Ucrânia, segundo contagem de observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) enviados para a região com o objetivo de verificar as violações de direitos humanos. O balanço, apresentado nesta quarta-feira (18/6) em Genebra, refere-se ao período entre 11 de abril e 14 de junho.

O número inclui 257 mortos contabilizados pelo Ministério da Saúde ucraniano, 14 dos quais eram crianças, o número também inclui os 49 mortos no abate de um avião militar no último sábado (14).

Segundo a ONU, não há dados para saber quantos combatentes e quantos civis figuram entre os 257 mortos contabilizados pelo Ministério da Saúde.

Em relação às violações de direitos humanos na região, os 34 observadores da ONU concluíram que separatistas pró-russos cometeram torturas, assassinatos e sequestros não apenas contra ativistas, políticos e jornalistas, mas também contra a população em geral.

;Na região reina uma atmosfera de intimidação e de medo constante;, afirmou Gianni Magazzeni, responsável pelo relatório hoje divulgado.



Em Donetsk e em Lugansk, 222 pessoas foram sequestradas, incluindo os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação Na Europa (Osce). Desse total, pelo menos quatro pessoas foram executadas sumariamente e 137 libertadas, disse o responsável, acrescentando que os observadores não conseguiram obter informações sobre as restantes 81 pessoas.

;Alguns dos que foram libertados falaram de violência, de privação de sono, de condições precárias ou desumanas, trabalho forçado, incluindo a obrigação de se juntarem às fileiras dos rebeldes ou ajudarem a capturar outras pessoas;, explicou Maganezzi. Segundo o relator, pessoas foram mortas em postos de controle simplesmente porque não queriam combater com os rebeldes.

A deposição do presidente Viktor Ianukóvitch, em fevereiro, desencadeou uma insurgência pró-russa no Leste da Ucrânia, com a tomada de edifícios governamentais por forças separatistas e a autoproclamação das "repúblicas populares independentes" de Donetsk e Lugansk. As autoridades de Kiev lançaram, em abril, uma ofensiva para recuperar o controle do Leste, operação que foi intensificada após a eleição do novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em 25 de maio.

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