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Papa visitará cidade de criança morta pela máfia italiana

Sensível a estas questões, o Papa declarou guerra à máfia e à corrupção, mesmo dentro da Igreja

Agência France-Presse
postado em 18/06/2014 16:35
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco visitará no sábado Cassano allo Jónico, uma pequena cidade na Calábria, no sul da Itália, onde a temida máfia N;dranghetta assassinou por vingança um menino de 3 anos.

Cinco meses após a máfia calabresa queimar viva a criança, Nicola "Coco" Campolongo, vítima de um ajuste de contas, o pontífice fará uma visita emblemática para condenar os crimes cometidos por organizações criminosas e também dar alívio a esta região, uma das mais pobres da Itália.

A localidade, de 17.000 habitantes, tem sido palco nos últimos anos de uma guerra entre famílias da N;dranghetta que reivindicou várias mortes.

[SAIBAMAIS]Durante sua passagem, o Papa visitará uma prisão, um hospital e um centro para idosos, e almoçará com pobres e jovens de uma comunidade terapêutica.


Francisco celebrará uma missa na Marina Sibari na presença de milhares de pessoas de diferentes partes do sul da península. Desde que foi eleito Papa, em março de 2013, Francisco visitou várias localidades italianas afetadas por graves problemas sociais.

Em Lampedusa, ilha da Sicília onde a cada ano desembarcam milhares de imigrantes africanos, o Papa pediu ajuda aos imigrantes e denunciou a morte de centenas deles na travessia.

Em Cagliari, capital da Sardenha, discursou contra o sistema econômico desumano, que gera desemprego e afeta vários países do velho continente. Em Assis, cidade natal de São Francisco, falou da pobreza e do seu projeto de uma igreja pobre para os pobres.

A Calabria, que registra um desemprego juvenil recorde de 56,1%, se tornou o centro do tráfico de drogas por meio de uma estreita relação com as máfias da América do Sul, particularmente da Colômbia.

Sensível a estas questões, o Papa declarou guerra à máfia e à corrupção, mesmo dentro da Igreja. Em março passado, em um evento organizado pela associação antimáfia Libera, ele denunciou o "poder e o dinheiro de sangue" da máfia. O Papa se reuniu com parentes de mais de 800 vítimas do crime organizado.

"Arrependei-vos, ainda há tempo para não ir para o inferno", exclamou Francisco depois de pedir que os membros de todas as máfias parem a violência.

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