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Iraquiano há sete anos em Guantánamo é acusado de crimes de guerra

Ele está sendo acusado de ter pertencido à ordem militar da Al-Qaeda junto com Osama bin Laden e de ter patrocinado os ataques a americanos

Um iraquiano há sete anos detido em Guantánamo foi oficialmente acusado de cinco crimes de guerra nesta quarta-feira (18/6) e, se for considerado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua.

Abd al Hadi al Iraqui, de 53 anos, está sendo acusado de ter pertencido à ordem militar da Al-Qaeda junto com Osama bin Laden e de ter patrocinado os ataques a americanos e a seus aliados no Afeganistão.

O juiz militar John Kirk Waits acusou o réu oficialmente em uma sala quase vazia do tribunal de Guantánamo, após uma audiência retransmitida na base militar de Fort Meade, perto de Washington.



Segundo as 16 páginas da ata de acusação, que não foram lidas no julgamento, o iraquiano era próximo de Bin Laden e também do atual chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, do "pirata" aéreo Mohamed Ataf e até de Khaled Sheikh Mohamed, o cérebro autoproclamado dos atentados do 11 de Setembro. Este último enfrenta a pena de morte na Justiça de Guantánamo.

O iraquiano também é acusado de uma tentativa de assassinato, em 2002, contra o então presidente paquistanês, Pervez Musharraf, e de ter colaborado para um ataque suicida em 2003, em Cabul.

Em março de 2001, ele também teria ajudado os talibãs a destruir os Budas de Bamiyan, no Afeganistão, declarados Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e hoje desaparecidos.