Agência France-Presse
postado em 18/06/2014 19:46
Quatro ex-diretores da Agência de Proteção Ambiental americana (EPA, na sigla em inglês), que ocuparam o cargo em governos republicanos, exigiram nesta quarta-feira do Congresso que busque soluções para deter o aquecimento global e pediram aos céticos que deixem de negar as evidências científicas sobre o fenômeno.Os responsáveis da EPA nos governos de Richard Nixon, Ronald Reagan, George Bush e do filho dele, George W. Bush, afirmaram que não cabe mais discutir se as atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento global.
"Há vários meses, depois de ter conversado entre nós, os quatro administradores da EPA sentados hoje perante a comissão, concluímos que estávamos todos convencidos pelo veredicto esmagador dos cientistas, segundo os quais a Terra aquece e os humanos são os únicos contribuintes controláveis deste fenômeno", declarou William Ruckelshaus, que chefiou a EPA quando Richard Nixon era o presidente, no começo dos anos 1970.
"Há um consenso científico sobre o clima, precisamos agora de um consenso político", reforçou Christine Todd Whitman, que chefiou a EPA no governo de George W. Bush. "Os dois partidos, republicano e democrata, souberam coincidir em objetivos comuns quando começou a política de proteção do meio ambiente (nos anos 1970) e é urgente que o façam de novo", disse.
Segundo consulta da emissora NBC e do jornal The Wall Street Journal, publicada na quarta-feira, 67% dos americanos apoiam o presidente Obama em questões referentes ao clima, declarando-se a favor das últimas propostas da EPA. Apenas 29% se opuseram.
O aquecimento global é um tema muito controverso nos Estados Unidos, onde o Congresso não consegue aprovar nenhuma legislação a respeito.
A maioria dos republicanos questiona as conclusões dos cientistas, segundo as quais as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), resultam da combustão de fontes de energia fósseis (carvão e petróleo).
Por outro lado, os democratas buscam a aprovação de medidas para reduzir estas concentrações na atmosfera, como implementar um mercado de emissões de CO2 chamado "cap and trade", que beneficiaria as energias limpas e condenaria o carbono.
Diante da paralisia do Congresso, o presidente Barack Obama anunciou, em 2 de junho, novas normas sobre as emissões de CO2 nas usinas termelétricas, a maioria movidas a carvão, e às quais se atribui um terço da contaminação deste tipo no país.
A meta é reduzir as emissões de CO2 destas usinas em 30% até 2030, com relação aos níveis de 2005.