Agência France-Presse
postado em 21/06/2014 08:39
Cairo - Um tribunal egípcio confirmou neste sábado (21/6) as condenações à morte contra 183 supostos partidários do presidente islamita Mohamed Mursi, deposto pelo exército, entre eles o chefe da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie. Inicialmente o tribunal havia condenado à morte 683 pessoas, mas neste sábado comutou a pena em prisão perpétua para quatro pessoas, entre elas duas mulheres, e absolveu 496, afirmou à AFP o procurador geral Abdel Rahim Abdel Malek.As 683 condenações haviam sido pronunciadas em abril pela participação em manifestações violentas em Minya, no centro do Egito, em 14 de agosto, no mesmo dia em que 700 manifestantes pró-Mursi morreram pelas mãos de policiais e soldados no Cairo.
[SAIBAMAIS]O juiz que ditou todas estas sentenças e outras centenas de condenações à prisão perpétua desencadeou uma onda de críticas internacionais pelo que a ONU considera "os maiores julgamentos em massa" da história recente da Humanidade.
Desde a deposição e a prisão no dia 3 de julho de 2013 de Mursi, o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no país, as forças de segurança realizam uma repressão implacável de seus partidários.
Mais de 1.400 manifestantes pró-Mursi morreram e cerca de 15.000 pessoas foram detidas. Além disso, a Irmandade Muçulmana foi declarada terrorista e quase todos os seus líderes podem ser condenados à morte me diversos julgamentos, assim como o próprio Mursi.
Atualmente, o país está dirigido por Abdel Fatah al-Sissi, o ex-chefe das forças armadas que derrubou Mursi. Sissi prestou juramento como presidente há quase duas semanas. Foi eleito no fim de maio com 96,9% dos votos, depois de ter eliminado qualquer tipo de oposição política, tanto islamita quanto laica ou liberal.