Agência France-Presse
postado em 22/06/2014 12:25
Jerusalém - Dois palestinos foram mortos neste domingo (22/6) por soldados israelenses na Cisjordânia, como parte da operação lançada após o sequestro de três israelenses, o que levou o presidente Mahmud Abbas a exigir explicações a Benjamin Netanyahu sobre os "assassinatos a sangue frio". Estas duas novas mortes elevam a quatro o número de palestinos mortos em uma semana na Cisjordânia. Um quinto, gravemente ferido na cabeça durante confrontos com o Exército israelense, está em estado de morte clínica em um hospital israelense, de acordo com a sua família.
"Eu disse que o sequestro era um crime, mas será que isso justifica o assassinato de adolescentes palestinos a sangue frio?", questionou em uma entrevista ao jornal israelense Haaretz o presidente palestino Mahmud Abbas, que na quarta-feira condenou o sequestro dos três jovens israelenses. "O que Netanyahu diz sobre estes assassinatos? Será que ele os condena? Vejam o que aconteceu na Cisjordânia nos últimos dias, a violência e a destruição de casas", acrescentou ao primeiro-ministro israelense, "isso é justificado?".
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Sinal do crescente ressentimento contra o presidente Abbas, que defende a coordenação da segurança entre a Autoridade Palestiniana e Israel, jovens palestinos atiraram pedras neste domingo contra uma delegacia de polícia palestina em Ramallah, segundo um fotógrafo da AFP.
As forças de segurança israelenses estão envolvidas em uma grande operação chamada "Guardiões dos nossos irmãos", que, segundo o Exército, visa localizar os três jovens sequestrado em 12 de junho na Cisjordânia e desmantelar a infraestrutura do Hamas, a quem Israel acusa do sequestro. Esta é a maior operação militar na Cisjordânia ocupada desde o fim da segunda Intifada, em 2005.
Durante esta operação, as forças israelenses prenderam mais de 340 palestinos, dois terços dos quais pertencem ao movimento islâmico do Hamas, que Israel acusa de estar por trás do sequestro. "Não tenho nenhuma informação confiável indicando que o Hamas é responsável pelo desaparecimento dos três jovens", disse Abbas ao jornal Haaretz.
Mas Netanyahu assegurou que dispõe de "provas irrefutáveis" do envolvimento do Hamas, acrescentando que elas seriam "apresentadas em breve publicamente", durante o conselho de ministros. Neste momento, as declarações do presidente palestino condenando os sequestradores "serão colocadas em xeque, não apenas por suas ações para resgatar os jovens, mas de sua vontade de dissolver o governo de unidade com o Hamas, que os sequestraram".
Netanyahu se recusou ainda a condenar as mortes dos palestinos, reconhecendo apenas que a "operação envolvia uma certa fricção com a população civil na Cisjordânia". Na madrugada deste domingo, Ahmed Sa;d Fahmaui, de 27 anos, foi morto quando se dirigia à mesquita para a oração da manhã no acampamento de refugiados de El Ein. De acordo com uma fonte da segurança palestina, o jovem descrito por sua família como mentalmente instável, foi atingido por quatro balas.
O Exército israelense confirmou ter baleado um homem em Nablus, dizendo que este tinha se aproximado dos soldados "de maneira ameaçadora". Ele não respondeu aos disparos de advertência, de acordo com o Exército, que, em seguida, atirou nele.
Em Ramallah, sede da Autoridade Palestina, soldados israelenses atiraram e mataram Mohamed Tarifi, de 30 anos, segundo fontes médicas, que acrescentaram que outros cinco palestinos ficaram feridos em confrontos. O Exército não comentou estas informações. Em Nablus, um homem de 60 anos morreu de um ataque cardíaco enquanto o Exército realizava buscas em sua casa, disseram fontes de segurança à AFP.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, pediu na sexta-feira a intervenção da comunidade internacional para proteger a população civil palestina, vítima de uma "punição coletiva".
Os três estudantes israelenses de escolas talmúdicas localizadas em assentamentos na Cisjordânia, com idades entre 16 e 19 anos, desapareceram em 12 de junho, em Gush Etzion, um bloco de assentamentos. Paralelamente às operações terrestres, aviões israelenses atacaram alvos no sul e no centro da Faixa de Gaza durante a noite, depois do disparo de três foguetes sábado à noite. E neste domingo, o Exército anunciou que havia prendido "um terrorista palestino na posse de uma granada" no sul de Israel.
Neste contexto de tensão, um adolescente árabe israelense de 15 anos foi morto neste domingo na parte das Colinas de Golã ocupada por Israel, no incidente mais grave nesta região desde o início da guerra na Síria em 2011.
O jovem morreu após a explosão de um veículo em que viajava com seu pai e outro homem, os dois contratados do ministério da Defesa que ficaram feridos no incidente, segundo o Exército e o ministério. O Exército fala de um ataque intencional das tropas sírias contra um veículo civil e, segundo seu porta-voz, os tanques israelenses responderam contra posições do Exército sírio. Os contratados trabalhavam na construção do muro que Israel tem erguido nas Colinas de Golã.
"Eu disse que o sequestro era um crime, mas será que isso justifica o assassinato de adolescentes palestinos a sangue frio?", questionou em uma entrevista ao jornal israelense Haaretz o presidente palestino Mahmud Abbas, que na quarta-feira condenou o sequestro dos três jovens israelenses. "O que Netanyahu diz sobre estes assassinatos? Será que ele os condena? Vejam o que aconteceu na Cisjordânia nos últimos dias, a violência e a destruição de casas", acrescentou ao primeiro-ministro israelense, "isso é justificado?".
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Sinal do crescente ressentimento contra o presidente Abbas, que defende a coordenação da segurança entre a Autoridade Palestiniana e Israel, jovens palestinos atiraram pedras neste domingo contra uma delegacia de polícia palestina em Ramallah, segundo um fotógrafo da AFP.
As forças de segurança israelenses estão envolvidas em uma grande operação chamada "Guardiões dos nossos irmãos", que, segundo o Exército, visa localizar os três jovens sequestrado em 12 de junho na Cisjordânia e desmantelar a infraestrutura do Hamas, a quem Israel acusa do sequestro. Esta é a maior operação militar na Cisjordânia ocupada desde o fim da segunda Intifada, em 2005.
Durante esta operação, as forças israelenses prenderam mais de 340 palestinos, dois terços dos quais pertencem ao movimento islâmico do Hamas, que Israel acusa de estar por trás do sequestro. "Não tenho nenhuma informação confiável indicando que o Hamas é responsável pelo desaparecimento dos três jovens", disse Abbas ao jornal Haaretz.
Mas Netanyahu assegurou que dispõe de "provas irrefutáveis" do envolvimento do Hamas, acrescentando que elas seriam "apresentadas em breve publicamente", durante o conselho de ministros. Neste momento, as declarações do presidente palestino condenando os sequestradores "serão colocadas em xeque, não apenas por suas ações para resgatar os jovens, mas de sua vontade de dissolver o governo de unidade com o Hamas, que os sequestraram".
Netanyahu se recusou ainda a condenar as mortes dos palestinos, reconhecendo apenas que a "operação envolvia uma certa fricção com a população civil na Cisjordânia". Na madrugada deste domingo, Ahmed Sa;d Fahmaui, de 27 anos, foi morto quando se dirigia à mesquita para a oração da manhã no acampamento de refugiados de El Ein. De acordo com uma fonte da segurança palestina, o jovem descrito por sua família como mentalmente instável, foi atingido por quatro balas.
O Exército israelense confirmou ter baleado um homem em Nablus, dizendo que este tinha se aproximado dos soldados "de maneira ameaçadora". Ele não respondeu aos disparos de advertência, de acordo com o Exército, que, em seguida, atirou nele.
Em Ramallah, sede da Autoridade Palestina, soldados israelenses atiraram e mataram Mohamed Tarifi, de 30 anos, segundo fontes médicas, que acrescentaram que outros cinco palestinos ficaram feridos em confrontos. O Exército não comentou estas informações. Em Nablus, um homem de 60 anos morreu de um ataque cardíaco enquanto o Exército realizava buscas em sua casa, disseram fontes de segurança à AFP.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, pediu na sexta-feira a intervenção da comunidade internacional para proteger a população civil palestina, vítima de uma "punição coletiva".
Os três estudantes israelenses de escolas talmúdicas localizadas em assentamentos na Cisjordânia, com idades entre 16 e 19 anos, desapareceram em 12 de junho, em Gush Etzion, um bloco de assentamentos. Paralelamente às operações terrestres, aviões israelenses atacaram alvos no sul e no centro da Faixa de Gaza durante a noite, depois do disparo de três foguetes sábado à noite. E neste domingo, o Exército anunciou que havia prendido "um terrorista palestino na posse de uma granada" no sul de Israel.
Neste contexto de tensão, um adolescente árabe israelense de 15 anos foi morto neste domingo na parte das Colinas de Golã ocupada por Israel, no incidente mais grave nesta região desde o início da guerra na Síria em 2011.
O jovem morreu após a explosão de um veículo em que viajava com seu pai e outro homem, os dois contratados do ministério da Defesa que ficaram feridos no incidente, segundo o Exército e o ministério. O Exército fala de um ataque intencional das tropas sírias contra um veículo civil e, segundo seu porta-voz, os tanques israelenses responderam contra posições do Exército sírio. Os contratados trabalhavam na construção do muro que Israel tem erguido nas Colinas de Golã.