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Epidemia de Ebola está fora de controle na África, alerta MSF

Esta epidemia "é de uma extensão sem precedentes por sua distribuição geográfica, pelo número de casos e pelo número de vítimas", anunciou a MSF

Agência France-Presse
postado em 23/06/2014 20:28
Dacar - Guiné, Libéria e Serra Leoa têm "60 focos ativos" de febre hemorrágica, em grande parte devido ao vírus Ebola, que está atualmente "fora de controle" e ameaça se propagar para outras áreas, informou nesta segunda-feira a organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Esta epidemia "é de uma extensão sem precedentes por sua distribuição geográfica, pelo número de casos e pelo número de vítimas", anunciou a MSF em um comunicado recebido pela AFP em Dacar.

[SAIBAMAIS]"Sessenta focos ativos também foram identificados nestes três países", acrescentou a MSF, sem precisar a distribuição geográfica destes focos. "A epidemia está fora de controle. Com o aparecimento dos novos focos em Guiné, Serra Leoa e Libéria, o risco de uma propagação para outras regiões é real atualmente", advertiu o médico Bart Janssens, diretor de operações da MSF.

Segundo cifras dos três países, informadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Guiné, Serra Leoa e Libéria registraram desde o começo do ano 567 casos de febre hemorrágica, dos quais 385 foram confirmados por exames como sendo causados pelo vírus Ebola. A ele atribuímos 350 óbitos nos 567 casos recenseados, o que representa uma taxa de mortalidade de 62%.

A Guiné, onde surgiu a epidemia, é o país mais afetado, com 390 casos de febre, dos quais 267 foram letais. Análises confirmaram a presença do Ebola em 258 casos sobre o total de 390. Entre as regiões mais afetadas estão Gueckedou e Macenta, no sul, Conakry, a capital, assim como Telimele e Boffa, no oeste, e Kouroussa, no leste, de acordo com a OMS.

Segundo a mesma fonte, Serra Leoa contabilizou 136 casos de febre, sendo 58 mortais. Cento e três de 136 casos foram confirmados como sendo causados pelo Ebola. A epidemia afeta sobretudo as regiões de Kailahun e Kenema, no leste. Desde 13 de junho e até nova ordem, as escolas do distrito de Kailahun permanecem fechadas e os encontros públicos, proibidos pelo governo.

Segundo moradores ouvidos esta segunda-feira pela AFP neste distrito, o medo do Ebola levou as populações a reduzir seus deslocamentos e evitar contatos físicos ao máximo.

Graças a uma campanha de sensibilização, os moradores compreenderam os riscos e tomam precauções individuais, informou Momodu Momoh, diretor escolar. Segundo ele, muitos levam permanentemente soluções cloradas que usam como desinfetante.

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De acordo com a MSF, "a recrudescência de casos de Ebola no oeste da África é atribuída à mobilidade da população, que assiste aos funerais, ou às medidas de controle de infecção não aplicadas".

O vírus Ebola é altamente contagioso e mortal entre 25% e 90% dos casos, segundo a OMS. Ele é transmissível no homem a partir de animais selvagens e se propaga em seguida de pessoa a pessoa. Não existe vacina, nem tratamento específico contra a febre hemorrágica.

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