Agência France-Presse
postado em 24/06/2014 11:23
Cairo - O Egito julgará 494 partidários do presidente deposto Mohamed Morsy em um novo processo coletivo, uma estratégia criticada pela comunidade internacional.Os réus deverão comparecer no tribunal a partir de 16 de julho para responder pelos confrontos em uma mesquita no centro do Cairo, em que os apoiantes de Mursi se esconderam após a dispersão violenta dos manifestantes islamitas na capital egípcia que matou mais de 700 pessoas.
Estes enfrentamentos na mesquita de Al Fatah deixaram 44 mortos e 59 feridos, incluindo soldados e policiais, segundo a agência oficial de notícias Mena. As 494 pessoas são acusadas de "assassinato, tentativa de assassinato, posse de armas e ataque contra a polícia."
Desde a destituição e prisão em 3 de julho de Morsy, Abdel Fatah al-Sissi, então chefe do Exército e presidente eleito há algumas semanas, lançou uma repressão que já matou mais de 1.400 manifestantes pró-Morsy, e prendeu 15.000, centenas entre eles condenados à morte.
Na semana passada, um juiz egípcio confirmou 183 sentenças de morte, entre as quais a de Mohamed Badie, o guia supremo da Irmandade Muçulmana, confraria à qual pertence Morsy.
É um juiz que não tem medo de assinar sentenças de morte. Em março, condenou 529 pessoas à morte, o que provocou enorme polêmica e críticas internacionais. Desde então, comutou 492 à prisão perpétua.