postado em 25/06/2014 06:00
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reuniu-se ontem com líderes da região autônoma do Curdistão iraquiano para pedir apoio ao governo central do Iraque. No momento em que os jihadistas sunitas conquistam cada vez mais cidades e postos estratégicos, Kerry tentou persuadir os líderes curdos de que um governo de união pode ser a melhor alternativa para interromper a investida extremista. Por bater de frente com as decisões do primeiro-ministro Nuri Al-Maliki, o presidente regional do Curdistão, Masud Barzani, é considerado peça-chave para o sucesso da estratégia norte-americana de partilhar o governo central entre curdos, sunitas e xiitas. A manobra política de Washington coincide com o agravamento da violência no país. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 1.075 pessoas, a maioria civil, foram mortas no Iraque entre 5 e 22 de junho ; 318 delas em Bagdá e no sul do país.
As tensões entre Berzani e o xiita Al-Naliki se aprofundaram nos últimos anos, reforçando críticas de que o premiê não é unanimidade entre a população. Recentemente, o governo da região autônoma, rica em reservas de petróleo, passou a exportar o produto por meio Turquia, sem repassar a Bagdá os benefícios correspondentes às vendas. Em entrevista à rede de tevê CNN, Barzani responsabilizou Al-Maliki pela crise enfrentada no país. ;Vivemos em uma era diferente;, declarou. ;O Iraque está claramente em desintegração, e é claro que o governo central perdeu o controle de tudo;, disse.
Antes de viajar a Erbil, capital da região, Kerry encontrou-se com o premiê em Bagdá. Ele assegurou a Al-Maliki que a ajuda americana será ;intensa e concreta;, mas cobrou mudanças mais inclusivas em contrapartida. No começo da semana, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e com o rei do Barein, Hamad bin Isa Al-Khalifa, tentando articular um consenso regional contra o avanço do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Após dois dias no Iraque, Kerry partiu ontem para Bruxelas, onde participou de um jantar com chanceleres dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O grupo se reúne hoje para discutir temas como a ofensiva sunita no Iraque e a crise na Ucrânia.
Conflito
O primeiro grupo de assessores militares prometidos pelo presidente Barack Obama para auxiliar as forças iraquianas no combate ao EIIL chegou a Bagdá, segundo o Pentágono. O porta-voz do órgão, contra-almirante John Kirby, indicou que 40 soldados estavam na embaixada norte-americana e que trabalharão em conjunto com 90 militares, membros das forças Centcom ; o comando dos Estados Unidos responsável pelo Oriente Médio e pela Ásia Central. ;Essas equipes vão avaliar a coesão e o estado de preparação das forças de segurança iraquianas; e devem transmitir os resultados de suas análises ;dentro de 2 ou 3 semanas; ao comando americano, informou Kirby.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique