Agência France-Presse
postado em 27/06/2014 08:20
Bruxelas - A União Europeia (UE) assinou nesta sexta-feira (27/6) um acordo de associação com Ucrânia, Geórgia e Moldávia, três ex-repúblicas soviéticas que desejam uma aproximação da Europa, apesar das pressões da Rússia. "É um grande dia para a Europa. A União Europeia está a seu lado, hoje mais do que nunca", declarou Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu.O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, o primeiro-ministro georgiano, Irakli Garibashvili, e o primeiro-ministro moldávio, Yuri Leanca, assim como os 28 chefes de Estado e de Governo da UE, assinaram o acordo durante uma reunião de cúpula em Bruxelas. "Que grande dia! Possivelmente o mais importante para meu país desde a independência em 1991", declarou Poroshenko.
"As evoluções históricas são inevitáveis", completou o presidente ucraniano. Ele destacou que o acordo será aplicado em toda Ucrânia, "inclusive na Crimeia". Van Rompuy afirmou que "nada, no acordo, afeta a Rússia".
"O acordo é positivo. Não foi feito contra ninguém", disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. Mas o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Grigori Karasin, advertiu para as consequências. "A assinatura por parte de Ucrânia e Moldávia do acordo terá graves consequências", declarou à agência Interfax.
Poroshenko assinou ainda o segundo capítulo do acordo de associação, concretamente sobre o comércio, que pretende suprimir a maioria das barreiras alfandegárias entre a Ucrânia e os países da UE. O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, assinou na terça-feira o primeiro capítulo, de ordem política.
O acordo de associação UE-Ucrânia é o mesmo que o antecessor de Poroshenko, o destituído Viktor Yanukovytch, se recusou a assinar em novembro, o que provocou uma onda de protestos, a queda de Yanukovytch e o conflito com a Rússia, que anexou em março a Crimeia a seu território.
O acordo de associação, inédito na história da UE, representa uma ampla cooperação com os três países em troca de compromissos na luta contra a corrupção e para avançar em um Estado de direito.