postado em 30/06/2014 08:00
A chegada de milhares de menores desacompanhados à fronteira sul dos Estados Unidos evidenciou o alarmante desespero de famílias centro-americanas em livrar os filhos da violência local. Levadas por contrabandistas pela fronteira do país com o México, crianças lotaram os abrigos temporários do Texas, por onde entram, e começaram a ser transferidas para os estados de Oklahoma, Arizona e Califórnia. Os relatos de superlotação alimentaram críticas a falhas no sistema de imigração americano, enquanto Washington tenta responder ao que o presidente norte-americano, Barack Obama, e diversos congressistas classificaram como ;crise humanitária;. O futuro das crianças que chegam sozinhas aos EUA, porém, ainda é incerto.
Entre outubro passado e o começo de junho, mais de 52 mil menores desacompanhados foram apreendidos por autoridades norte-americanas tentando entrar ilegalmente pela fronteira com o México, além de 39 mil adultos acompanhados por crianças. Número duas vezes maior que os 24 mil menores apreendidos entre outubro de 2012 e setembro de 2013. Autoridades americanas e entidades de ajuda humanitária apontam o aumento da violência na América Central ; em especial em Honduras, El Salvador e Guatemala, países de origem da maioria dos menores ; como a principal causa do êxodo. ;Ouvimos histórias de crianças que assistiram aos colegas de classe serem torturados e testemunharam ameaças a garotas que seriam recrutadas como servas sexuais para membros de gangues;, relata Leslie Vélez, chefe da unidade norte-americana para proteção do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Meninas e meninos são entregues a contrabandistas ligados a grupos criminosos e a cartéis do narcotráfico para a perigosa travessia, durante a qual ficam vulneráveis à exploração e a abusos sexuais. Mães que se arriscaram na jornada afirmaram à organização não governamental Save The Children que foram mal informadas sobre as regras de imigração americana antes de deixarem seus países e que assumiram altas dívidas com contrabandistas. De acordo com o jornal The New York Times, o custo para que uma criança seja levada da América Central aos Estados Unidos chega a US$ 7,5 mil (mais de R$ 16 mil).
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