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Premiê israelense adverte que Hamas pagará por assassinato de jovens

Os três israelenses "foram sequestrados e assassinados a sangue frio por animais em forma de humanos", declarou o líder israelense

Agência France-Presse
postado em 30/06/2014 16:56
Benjamin Netanyahu acusou o Hamas pelo assassinato a
Jerusalém -
Os três jovens israelenses sequestrados no dia 12 de junho foram encontrados mortos no sul da Cisjordânia, "assassinados a sangue frio", de acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que prometeu fazer o movimento Hamas pagar.

As vítimas, Eyal Yifrach, de 19 anos, Naftali Frenkel e Gilad Shaer, ambos de 16, eram estudantes de escolas religiosas judaicas. Eles foram encontrados perto da localidade de Halhoul, a alguns minutos de distância da estrada em que foram vistos pela última vez.

"Por volta das 17h00 (11h00 de Brasília), o Exército israelense encontrou três corpos na nossa zona de buscas no noroeste do distrito de Hebron", declarou aos jornalistas um porta-voz militar, o tenente-coronel Peter Lerner.

Os corpos foram levados para necropsia para serem definitivamente identificados e para a verificação da data das mortes, provavelmente ocorridas pouco depois do sequestro, de acordo com a imprensa israelense. "Eles foram sequestrados e assassinados a sangue frio por animais em forma de humanos", declarou Netanyahu.


"O Hamas é responsável e o Hamas pagará", advertiu. O Hamas, que negou envolvimento no sequestro mas saudou a operação, prometeu que uma ofensiva de Israel "abrirá as portas do inferno" para os israelenses. O movimento questionou ainda a "versão israelense" do sequestro.

O presidente Mahmud Abbas, que concluiu um acordo de reconciliação com o Hamas convocou nesta segunda à noite uma reunião de emergência da direção palestina, de acordo com seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina.

Esse acordo, que levou à formação de um governo de união na Cisjordânia e em Gaza no dia 2 de junho, parece estar cada vez mais ameaçado.

;Evitar novas vítimas;

O presidente americano, Barack Obama, condenou "nos termos mais firmes possíveis esse ato de terrorismo insensato cometido contra jovens inocentes".

Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "manifestou a esperança de que as autoridades israelenses e palestinas trabalhem juntas para encontrar e levar rapidamente à justiça os responsáveis". Para ele, "esse ato odioso cometido por inimigos da paz visa a aumentar a divisão e a desconfiança, e a ampliar o conflito".

"Não podemos deixar isso acontecer", acrescentou o secretário-geral da ONU, pedindo "a todas as partes que respeitem suas obrigações em relação às leis internacionais e evitem qualquer ação que possa levar a uma escalada nesta situação muito tensa".

O presidente francês, François Hollande, condenou energicamente "o covarde assassinato" dos jovens, pedindo que tudo seja feito para evitar novas vítimas, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou o episódio de violência "um ato terrorista indesculpável".

[SAIBAMAIS]Para o papa Francisco, o crime é "um grande obstáculo no caminho da paz pela qual é preciso continuar a rezar".
A chanceler alemã, Angela Merkel disse que está "chocada" com "um ato detestável".

Milhares de militares israelenses estavam posicionados na noite desta segunda em Halhoul e na cidade de Hebron, fechando os acessos à cidade. Enquanto isso, a polícia foi colocada em alerta em todo o território israelense por temores de represálias contra a minoria árabe ou os palestinos, segundo a imprensa.

A organização israelense de defesa dos direitos humanos B;Tselem condenou o assassinato dos três estudantes e enviou suas condolências às famílias, "pedindo ao governo israelense que evite atos de vingança" e "não imponha uma punição coletiva".

Israel acusou Marwane Qawasmeh e Amer Abu Eisheh, integrantes do Hamas, pelo sequestro dos três jovens que pediam carona perto de um bloco de colônias no sul da Cisjordânia ocupada. Ambos tiveram as casas demolidas por militares de Israel em Hebron.

Depois disso, segundo um porta-voz militar, o Exército israelense prendeu 420 palestinos na Cisjordânia, incluindo 305 integrantes do Hamas, e revistou 2.200 casas. Cinco palestinos foram mortos por soldados israelenses desde o início da operação.

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