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Israel prepara resposta ao assassinato de jovens capturados na Cisjordânia

Em discurso no sepultamento das vítimas, Netanyahu promete não descansar até encontrar os culpados

Rodrigo Craveiro
postado em 02/07/2014 06:00
Benjamin Netanyahu discursa ao lado dos três caixões cobertos com a bandeira israelense: premiê teria recebido lista com oito opções de ofensivas militares contra o Hamas

Milhares de israelenses se reuniram, ontem, no cemitério da cidade de Modi;in para acompanhar o enterro dos três jovens sequestrados na Cisjordânia, em 12 de junho. O clima de tristeza provocado pela morte dos adolescentes seminaristas Eyal Yifrach, 19 anos, Naftali Frenkel e Gilad Shaer, ambos de 16, se misturou a sentimentos de revolta. Confrontos antiárabes eclodiram no país, deixando quase 30 presos. Preocupados com o acirramento das tensões no Oriente Médio, líderes internacionais pediram serenidade. Durante a cerimônia em Modi;in, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente, Shimon Peres, prometeram encontrar os culpados pelo crime e combater ;terroristas;.

Em resposta à suposta ação de militantes do movimento fundamentalista islâmico Hamas, o premiê e o ministro da Defesa, Moshe Ya;alon, propuseram a construção de novos assentamentos, segundo informações do jornal Haaretz. O avanço sobre territórios em disputa seria uma alternativa a ofensivas militares, defendidas por parte das autoridades locais. A ministra da Justiça, Tzipi Livni, se opôs à criação de colônias, ao argumentar que a decisão acabaria com a legitimidade de Israel ante a comunidade internacional e transformaria uma tragédia local em questão política. ;É errado dividir a nação ao longo de linhas ideológicas;, defendeu Livni, citada pelo Haaretz. Naftali Bennett, ministro das Relações Exteriores, apresentou uma lista com oito possibilidades de operações militares, incluindo um avanço de larga escala sobre a Faixa de Gaza, informou o jornal.



O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, pediu que palestinos e israelenses não tomem medidas capazes de desestabilizar a região. ;Houve uma cooperação entre a Autoridade Palestina e Israel, quando investigaram em conjunto o desaparecimento dos três jovens e tentaram devolvê-los vivos a seus lares;, lembrou Earnest, ao ressaltar a importância do ;espírito de cooperação; entre as partes. As Nações Unidas, o Vaticano e diversos países condenaram o assassinato e pediram cautela. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro reprovou ;veementemente o sequestro e o hediondo homicídio; dos rapazes, e conclamou ;todas as partes a respeitarem suas obrigações; para evitar ;quaisquer atos que levem à escalada das tensões;. Anteontem, um porta-voz do Hamas tinha alertado que, caso Israel lance uma campanha militar, abriria ;a porta do inferno;.

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