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Jovem palestino é assassinado em Jerusalém em aparente retaliação

O adolescente, Mohamad Abu Khdeir, de 16 anos, foi sequestrado quando estava no bairro de Shuafat, em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel

Agência France-Presse
postado em 02/07/2014 09:14

No início da semana confrontos violentos foram registrados no campo de refugiados de Shuafat

Jerusalém
- Um adolescente palestino foi sequestrado e assassinado nesta quarta-feira, um crime "abjeto" segundo o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em uma aparente retaliação pelo assassinato de três jovens israelenses na Cisjordânia.

Ao mesmo tempo, o exército israelense prosseguia com a operação para encontrar os responsáveis pelo sequestro e assassinato de dos três jovens, com a detenção de 42 palestinos na terça-feira à noite. Também destruiu a casa de um integrante do movimento radical Hamas acusado de envolvimento no assassinato de um policial israelense na Cisjordânia em 14 de abril.

O adolescente, Mohamad Abu Khdeir, de 16 anos, foi sequestrado quando estava no bairro de Shuafat, em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel. O corpo do jovem, com marcas de violência, foi encontrado em Jerusalém Ocidental, segundo a rádio militar israelense.

O crime pode ter sido um ato de vingança após o assassinato de três jovens israelenses, sequestrados em 12 de junho na Cisjordânia e encontrados mortos na segunda-feira, segundo a imprensa. A polícia, no entanto, informou que explora "todas as pistas".

Confrontos violentos foram registrados no campo de refugiados de Shuafat entre jovens palestinos, que atiraram pedras e bombas incendiárias, e policiais israelenses, que responderam com balas de borracha. Mais de 30 palestinos foram atingidos.

O primeiro-ministro Netanyahu "pediu a abertura de uma investigação para encontrar os autores deste assassinato abjeto e determinar as circunstâncias", afirma um comunicado de seu gabinete. A nota alerta ainda todas as partes contra o desejo de fazer justiça com as próprias mãos.

Pouco antes, o presidente palestino, Mahmud Abbas, havia solicitado ao primeiro-ministro israelense uma condenação do assassinato, "assim como nós condenamos o dos três israelenses".

Abbas também solicitou a Israel a "adoção de medidas concretas para acabar com os ataques de colonos e o caos resultante das agressões". O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, condenou um "ato horrível e selvagem" e pediu moderação a todos em um comunicado.

Estado de alerta elevado

O Hamas advertiu em um comunicado que Israel pagará pelo sequestro e assassinato do jovem palestino. As forças de segurança israelenses foram mobilizadas em Shuafat, onde o adolescente foi visto sendo forçado a entrar em um veículo, segundo a polícia.

O corpo foi encontrado perto do bosque de Jerusalém. "É um veículo preto, que foi denunciado porque o motorista tentou sequestrar uma criança palestina de sete anos na segunda-feira à noite. Foram feitas denúncias", afirmou um primo do adolescente.

A polícia israelense se negou a vincular o crime ao assassinato dos três jovens israelenses, que foram sepultados na terça-feira em uma cerimônia nacional na presença de dezenas de milhares de pessoas.

Os parentes dos três israelenses também denunciaram o crime. "O sangue não entende cores. Um assassinato é um assassinato, independente da nacionalidade ou idade e não tem justificativa alguma", afirmam em um comunicado.

"O nível de alerta aumentou devido ao contexto de segurança", anunciou a polícia após uma reunião de emergência em Jerusalém.



Desde que os corpos dos três jovens israelenses foram encontrados na segunda-feira ao sul da Cisjordânia, a polícia israelense reforçou o dispositivo em todo o território para evitar atentados ou represálias contra a minoria árabe israelense ou os palestinos.

O assassinato dos três israelenses foi atribuído por Israel ao movimento radical palestino Hamas, que negou envolvimento, ao mesmo tempo que expressou apoio a "qualquer ato de resistência contra a ocupação israelense".

Quase 200 pessoas participaram na terça-feira em uma manifestação antiárabe em Jerusalém. A polícia anunciou a detenção de 47 manifestantes na terça-feira à noite.

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